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França

“Coletes amarelos”: comércio francês aposta em liquidação para compensar prejuízo

Começa nesta quarta-feira (9) em Paris a grande liquidação de inverno. O tradicional evento é visto pelos comerciantes este ano como uma oportunidade para compensar os prejuízos provocados pelos protestos dos “coletes amarelos” que forçaram o fechamento muitas de lojas, inclusive nas vésperas do Natal.

Preços podem registrar reduções de até 70% durante os "soldes", as tradicionais liquidações francesas
Preços podem registrar reduções de até 70% durante os "soldes", as tradicionais liquidações francesas REUTERS/Benoit Tessier
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Foi-se o tempo em que os consumidores dormiam diante das lojas, fazendo filas quilométricas a espera da abertura do comércio para aproveitar as promoções semestrais na França. Há algumas temporadas os comerciantes do país constatam os resultados tímidos dos “Soldes”, as grandes liquidações que acontecem em janeiro e junho. Com o sucesso dos sites de venda online e de lojas que oferecem promoções em períodos aleatórios, além de operações como o Black Friday, que também ganhou uma versão francesa, os saldos tradicionais têm atraído cada vez menos consumidores.

Mas neste mês de janeiro, os comerciantes apostam todas as suas fichas na liquidação de início de ano, quando queimam seus estoques de inverno. Afinal, há quase dois meses os varejistas sofrem o impacto da mobilização dos “coletes amarelo”, movimento popular contra a queda do poder aquisitivo que agitou os últimos fins de semana no país.

Os protestos, muitos deles violentos e marcados por cenas de violência, obrigaram os lojistas a fechar suas portas nos fins de semana desde meados de novembro para evitar atos de vandalismo. Temendo o tumulto, muitos consumidores também evitaram sair de casa, provocando uma queda importante no faturamento dos lojistas.

“Esse ano, em razão do contexto ligado aos ‘coletes amarelos’, esse período de liquidação ganha uma importância ainda maior”, martelou Emmanuel Roch, responsável pela Federação do Comércio Especializado, entidade que reúne centenas de lojas. 

Natal difícil para comerciantes

Pouco antes do Natal, a Federação francesa do comércio e da distribuição (FDC) já estimava em € 2 bilhões o prejuízo do comércio após os protestos dos “coletes amarelos”. O grupo de lojas de departamento Printemps confirmou nesta terça-feira (8) ter registrado 30% de perda em seu faturamento nos sábados de manifestações dos coletes amarelos. No caso do estabelecimento principal, no bairro da Ópera em Paris, as perdas foram de 40% e Pierre Pelarrey, diretor do grupo, espera que as promoções de janeiro possam inverter esse quadro, apesar da banalização das liquidações. 

Na França, os “soldes” são o único momento do ano em que os comerciantes podem vender suas mercadorias abaixo do preço de custo. Tradicionalmente, as lojas propõem produtos com descontos que podem chegar a 70%, principalmente a partir da terceira semana de liquidação, que dura seis semanas. Mas em razão dos prejuízos registrados em novembro e dezembro, espera-se que a queima de estoque com reduções de mais de 50% já seja feita na primeira semana dos “soldes”.

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