Acessar o conteúdo principal
França

Mulheres 'coletes amarelos' protestam na França para mudar imagem do movimento

Centenas de mulheres vestindo os coletes amarelos que se tornaram símbolo do movimento de contestação popular na França saíram às ruas em várias cidades do país neste domingo (6). O objetivo da manifestação é dar uma imagem mais pacífica do movimento que há oito semanas organiza atos marcados por incidentes violentos e vandalismo.  

Mulheres organizaram passeatas para mostrar que movimento dos "coletes amarelos" pode ser pacífico
Mulheres organizaram passeatas para mostrar que movimento dos "coletes amarelos" pode ser pacífico EUTERS/Gonzalo Fuentes
Publicidade

Um dia após os protestos que reuniram 50 mil pessoas em todo o país, as mulheres “coletes amarelos” decidiram se mobilizar na França. Em Paris, elas se manifestaram pela manhã na praça da Bastilha e na praça da República. Além dos coletes de sinalização, muitas carregavam balões amarelos.

"Esta manifestação não é feminista, mas quer dar uma imagem inédita ao movimento", declarou às agências de notícias Karen, enfermeira de 42 anos e uma das fundadoras do grupo "Mulheres coletes amarelos", criado no Facebook. "Por meio desta primeira manifestação de mulheres, queríamos ter outro canal de comunicação além da violência, porque tudo o que sai do movimento na imprensa são os atos de violência, e nos esquecemos das origens do problema", explicou, em alusão aos episódios de vandalismo que marcaram várias passeatas do grupo desde novembro. 

Sophie Tissier, uma mulher de 40 anos, concorda. No megafone, ela reclama da dificuldade para as mulheres de se "destacar na sociedade". "Somos mais pacíficas que os homens e queremos nos mobilizar pacificamente. (...) Somos muitas nas manifestações, nas rotatórias – bloqueadas pelos coletes amarelos –, porque somos as mais afetadas pelo trabalho precário", declarou.

Em Toulouse, no sul da França, cerca de 300 mulheres se reuniram na praça Arnaud-Bernard antes de marcharem nas avenidas do centro da cidade, de acordo com a Prefeitura. Um grande cartaz preto afirmava: "Precárias, discriminadas, indignadas, mulheres na linha de frente".

"Vim pelo futuro de nossos filhos. Deixamos uma sociedade podre para eles. Muitos ficarão desempregados, e as pessoas idosas sempre trabalharão mais. Não terão direito de se expressar se não agirmos agora", explicou Monique, uma funcionária pública de 64 anos.

A cidade de Caen, noroeste da França, também viveu cenas de violência no sábado, e hoje centenas de mulheres, algumas com filhos, se manifestaram nas ruas da cidade. "O governo quer passar a imagem de que somos violentos, mas hoje somos as mães, as avós, somos as filhas, as irmãs de todos os cidadãos e queremos dizer que nossa raiva é legítima", afirmou Chloé Tessier, professora de equitação de 28 anos. "É durante as crises sociais que os direitos das mulheres estão em risco", acrescentou.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.