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Paris

Carros são incendiados e vitrines destruídas em protesto dos "coletes amarelos" em Paris

O quarto fim de semana seguido de protestos dos “coletes amarelos” em Paris é marcado novamente pela violência. Além de confrontos entre manifestantes e policiais, atos de vandalismo foram registrados na capital francesa neste sábado (8), onde é possível ver tanques de guerra nas ruas da cidade.

Bombeiros foram acionados após manifestantes terem incendiado carros na região central de Paris.
Bombeiros foram acionados após manifestantes terem incendiado carros na região central de Paris. REUTERS/Benoit Tessier
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Depois de confrontos com policiais, que lançaram bombas de gás lacrimogêneo em manifestantes que revidavam com pedras, no início da tarde a tensão aumentou. Por volta das 14h pelo horário local (11h em Brasília) várias barricadas foram construídas com grandes cestos de lixo. Alguns tapumes de madeira instalados pelos comerciantes para proteger as vitrines das lojas foram arrancados pelos manifestantes e usados como escudo para enfrentar a polícia, que respondeu com balas de borracha. 

Um pouco mais tarde, algumas lojas foram atacadas. Um café Starbucks foi um dos primeiros a ter sua vitrine destruída. Caixas eletrônicos foram vandalizados e vários carros também foram incendiados nos arredores da avenida dos Champs-Elysées, exigindo a intervenção imediata dos bombeiros. 

As autoridades ainda não sabem se os estragos foram provocados por "coletes amarelos" ou por baderneiros que aproveitaram a manifestação para atacar lojas e veículos. 

Vitrines destruídas durante protestos dos "coletes amarelos" em Paris.
Vitrines destruídas durante protestos dos "coletes amarelos" em Paris. REUTERS/Benoit Tessier

Tanques de guerra em Paris

As cenas vistas de Paris no meio da tarde deste sábado não são tão impressionantes quanto as registradas na semana passada. Mas chama a atenção a presença de veículos militares blindados nas ruas do centro de Paris, algo raro na capital francesa. Canhões d’água também estão sendo usados para conter os manifestantes. Mais de 50 pessoas já ficaram feridas. 

Na semana passada, a polícia chegou a ser criticada por não ter previsto mais homens para vigiar a região do Champs-Elysées. Dessa vez, cerca de 90 mil policiais foram mobilizados – 8 mil apenas na capital francesa. Boa parte do comércio também fechou as portas e dezenas de estações de metrô não estão funcionando.

Mais de 700 prisões preventivas decretadas

Segundo informações divulgadas pela polícia às 16h em Paris (13h em Brasília), cerca de 1000 pessoas já haviam sido paradas pela polícia em todo o país e mais de 720 tiveram prisão preventiva decretada imediatamente.

A principal dificuldade das autoridades é saber exatamente onde estão os manifestantes em Paris. Pois ao contrário dos protestos habituais franceses, quando um percurso e a duração das passeatas são definidos com um pedido de autorização junto à prefeitura, os “coletes amarelos”, que não estão oficialmente ligados a nenhum sindicato ou partido político, se negam a declarar as modalidades de suas marchas, realizadas também em outras cidades francesas. 

Popularidade de Macron em queda

Batizado de “coletes amarelos” em razão dos coletes de sinalização usados pelos manifestantes, o movimento popular começou em meados de novembro na França em protesto contra a alta do preço dos combustíveis. Mas logo a mobilização ganhou força e se transformou em um protesto generalizado contra a queda do poder aquisitivo e contra as medidas econômicas impopulares do presidente francês Emmanuel Macron.

Com a popularidade em queda e em meio à pior crise de sua presidência, o chefe de Estado se mantém em silêncio desde o início do conflito. Ele prometeu falar com a imprensa na semana que vem.

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