Acessar o conteúdo principal

Campeã europeia: 48,4% do PIB da França vem dos impostos

Em meio aos protestos dos Coletes Amarelos, contra o aumento anunciado no preço dos combustíveis e agora também em oposição à perda do poder de compra, o organismo de estudos estatísticos da União Europeia, o Eurostat, anunciou nesta semana que a França permanece campeã da arrecadação de impostos entre os países do bloco.

França permanece campeã europeia dos impostos
França permanece campeã europeia dos impostos DR
Publicidade

Na França, os impostos representaram 48,4% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 – a mais alta taxa da UE. É a terceira vez que a França recebe o “título” de rainha tributária: em 2016 e 2015, o número ficou na faixa de 47,7%. O país fica na frente da Bélgica, com 47,3% do PIB oriundo de taxas, da Dinamarca (46,5%), da Suécia (44,9%) e da Finlândia (43,4%).

Os países onde os impostos tiveram pouco impacto no PIB no ano passado são a Irlanda, com 23,5% de arrecadação, a Romênia (25,8%) e a Bulgária (29,5%). Em média, na União Europeia, a arrecadação de impostos representa 40,2% do PIB.

A França fica, segundo o relatório do Eurostat, no quinto lugar entre os países onde o peso dos impostos mais subiu nos últimos anos, atrás apenas de Chipre, Luxemburgo, Eslováquia e Malta. No total, com relação a 2016, as receitas fiscais aumentaram sua contribuição ao PIB em 15 estados membros da UE. Houve uma queda em treze países, como a Hungria, a Romênia e a Estônia.

Como revela o jornal Le Figaro, na França as taxas para serviços sociais representam 18,8% do PIB, contra uma média europeia de 13,3%. Na contramão do bloco europeu, os impostos salariais e patrimoniais na França giram em torno de 12,8%, enquanto no resto da UE a taxa é de 13,1%.

Fim de impostos para os mais ricos é criticado pelos Coletes Amarelos

O presidente francês, Emmanuel Macron, já prometeu se esforçar para penalizar menos os cidadãos com os impostos. De acordo com documentos enviados à Bruxelas, ele tem a ambição de baixar as despesas públicas em quatro pontos do PIB até 2022.

Mas sua decisão de acabar com o ISF, o Imposto de Solidariedade sobre a Fortuna, é uma das queixas dos manifestantes Coletes Amarelos. Em vigor na França desde os anos 1980, quando foi criada durante o governo socialista de François Mitterrand, a taxa suplementar era cobrada apenas de quem ganhava muito e que possuía um patrimônio bem acima de € 1,3 milhão.

Porém, o presidente Emmanuel Macron, que se elegeu dizendo que não era nem de direita, nem de esquerda, decidiu acabar com esse encargo, substituindo-o por um imposto calculado apenas em função do patrimônio imobiliário, o que isentou muita gente. Macron seguiu a tendência de vizinhos europeus, como Alemanha e Itália, ou ainda Dinamarca, Suécia, Irlanda e Áustria, que aboliram esse tipo de tributação, em meados dos anos 1990.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.