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Coletes amarelos/Paris

Coletes amarelos chegam a pontos estratégicos de Paris

O movimento dos coletes amarelos, nascido espontaneamente há oito dias, chega neste sábado (24) a Paris. A princípio um protesto contra a alta do preço dos combustíveis, o fenômeno acabou englobando a frustração popular diante da perda do poder aquisitivo.

Coletes amarelos chegam a Paris.
Coletes amarelos chegam a Paris. REUTERS/Benoit Tessier
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As imagens da TV mostram a avenida dos Champs-Elysées tomada por pessoas caminhando, aos gritos de “Macron, demissão!”. Uma das instruções passadas pelas redes sociais aos participantes era de esconder o colete e só vesti-lo quando chegar à avenida.

As autoridades deram a permissão para que os coletes amarelos se reunissem no Campo de Marte, ao pé da Torre Eiffel. O local é amplo, sem comércio ao redor e as forças de segurança estão acostumadas a fazer vigilância na área em grandes eventos. Mas os manifestantes prometeram, pelas redes sociais, chegar a outros pontos estratégicos da capital, incluindo, justamente a avenida dos Champs Elysées, a praça da Concórdia e o palácio presidencial do Eliseu.

Incidentes violentos e uma morte

No sábado anterior, o movimento bloqueou estradas e acessos importantes em toda a França. Houve episódios violentos de motoristas que tentaram atravessar barreiras. Muitas pessoas ficaram gravemente feridas.  Uma mulher morreu atropelada quando uma mãe tentava levar a filha ao médico e acabou entrando em pânico diante do bloqueio, forçando o carro contra os manifestantes.

A revolta também atingiu o território da Reunião, com muitos incidentes violentos. O governo adiou o aumento dos preços dos combustíveis no território, bastante afetado pela crise econômica.

Sem origem em partidos políticos ou sindicais, o movimento perdeu o fôlego ao longo da semana, mas mostra estar ter ganho novo fôlego neste sábado. As autoridades temem a participação de grupos violentos de extrema direita ou da esquerda radical.

Ghosn é símbolo de desigualdade

Os manifestantes entrevistados pelas rádios e TVs falam sobre as dificuldades econômicas do cotidiano e expressam descontentamento com as medidas fiscais do governo. Uma professora vestindo o colete, entrevistada numa estrada de acesso a Paris, fez reivindicações sociais e até mencionou Carlos Ghosn, o franco-libanês-brasileiro, poderoso ex-presidente da aliança Renault Nissan como símbolo dessa situação de desigualdade da sociedade francesa.

Outras pessoas mencionam a falta de serviços, principalmente de acesso médico, no interior do país, ou seja, onde o carro é importante para o transporte.

Na sexta-feira (24), um homem que se dizia integrante do movimento foi preso depois de ameaçar se explodir no estacionamento de um shopping center em Angers, no oeste da França. Ele exigia se encontrar o presidente Macron. O homem de 45 anos, com antecedentes de porte de droga, acabou se rendendo à polícia.

A popularidade do presidente Emmanuel Macron despencou mais uma vez, pelo quinto mês consecutivo, segundo uma pesquisa divulgada na véspera. Apenas 26% dos franceses aprovam o governo atual.

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