França pode parar no sábado com atos contra aumento do combustível
Os manifestantes escolheram o colete amarelo de emergência que todo carro na França deve ter. Vestidos assim, eles querem protestar contra um novo imposto anunciado para o combustível, a partir de 1° de janeiro de 2019, aumentando € 0,065 centavos de euro por litro de diesel e € 0,029 centavos de euro por litro de gasolina.
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A convocação pelas redes sociais viralizou e propõe fechamento de rodovias, estradas e acessos importantes, como depósitos de combustíveis, aeroportos e túneis. Um simples post de uma mulher pedindo a redução do preço da gasolina já tinha a adesão de mais de 850 mil pessoas na quinta-feira, conta o suplemento de economia do jornal Aujourd’hui en France.
Uma página do Facebook listando os pontos de bloqueio – cerca de 700, até a hora do fechamento do jornal – já tinha sido vista 15 milhões de vezes.
Esse movimento popular heterogêneo vem crescendo nas últimas semanas e, embora a princípio seja apolítico, recebeu o apoio do partido conservador Os Republicanos (LR) e da extrema direita União Nacional (RN), de Marine Le Pen.
Mobilização atípica
O poder executivo está enfrentando uma mobilização atípica – sem origem numa base política ou sindical, explica o jornal. O governo não está conseguindo medir a amplitude que pode tomar o movimento no sábado.
Além disso, explica o caderno de economia, a revolta contra o aumento do combustível se espalhou rapidamente, agregando pelo caminho outras insatisfações ligadas à perda do poder aquisitivo. A mobilização passou a incluir protestos contra a alta de impostos habitacionais, redução nos subsídios para moradia, aposentadoria, contas de gás e até preços dos cigarros.
O governo não quer renunciar ao imposto, mas anunciou medidas para ajudar as famílias, como mais subsídios para custos de eletricidade e gás para lares mais carentes. O governo também anunciou um bônus de até € 4 mil para incentivar 20% das famílias mais modestas a trocar de carro e comprar uma versão menos poluente. Até agora, o bônus era de até € 2,5 mil para trocar o veículo antigo.
Em uma França que deve ficar bloqueada, obstruída e paralisada, a incógnita, segundo o Aujourd’hui en France, serão os tumultos que o movimento dos coletes amarelos pode provocar. É imprevisível.
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