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Um pulo em Paris

Francês vai ter desconto ainda maior para comprar carro híbrido

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A França prepara uma série de medidas para diminuir a poluição causada pelo transporte urbano, o fator que mais contribui para o aquecimento global. Algumas até impopulares, como o pedágio urbano, como já existe em Londres ou Milão. Os motoristas também terão novos incentivos na compra de carros híbridos e elétricos.

Protótipo do Citroen C3 híbrido a gasolina e ar comprimido, que gasta menos de três litros por 100 km nas cidades.
Protótipo do Citroen C3 híbrido a gasolina e ar comprimido, que gasta menos de três litros por 100 km nas cidades. PSA
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Atualmente, o governo francês já oferece uma subvenção de € 1.000, cerca de R$ 4.200, na troca de um carro a gasolina fabricado antes de 1997 ou a diesel fabricado antes de 2001. Quando o comprador é isento de pagar imposto de renda, o incentivo dobra para € 2.000, pouco mais de R$ 8.400.

Em troca, a pessoa precisa comprar um carro a diesel fabricado depois de 2011, a gasolina ou elétrico produzido depois de 2005. Caso o motorista escolha um carro novo elétrico, o desconto sobe para € 2.500 (R$ 10.600).

Essa política de incentivo é um enorme sucesso. Só em 2018, 250.000 carros foram vendidos no país. A subvenção é automática: na hora da compra, a pessoa recebe o desconto na nota fiscal, volta com um carro menos poluente para casa e economiza para outras despesas.

Mais incentivo para carros híbridos

O desconto de € 2.500 (R$ 10.600) deve ser estendido aos carros híbridos e elétricos novos a partir do ano que vem. O governo está sendo obrigado a compensar o aumento no preço dos combustíveis, provocado pela alta do petróleo no mercado internacional. Os franceses estão sendo penalizados por um duplo aumento: o do preço da gasolina e também do imposto que incide sobre o diesel, criado para desestimular a compra desse tipo de carro, que é mais poluente e corresponde à maior parte da frota ultrapassada em circulação.

Está custando bem mais caro encher o tanque. O diesel, que sempre foi mais barato que a gasolina, esta semana bateu recordes, vendido até 20% mais caro nos postos. Um litro de gasolina está custando em média R$ 6,62 (€ 1,57). O jeito é andar menos de carro e ainda preparar o bolso para o pedágio urbano que vem por aí.

Pedágio urbano chega às cidades francesas

A legislação francesa já permite a criação do pedágio urbano, mas as modalidades de aplicação não eram atraentes. O governo decidiu reforçar essa medida para diminuir a poluição nas cidades de mais de 100.000 habitantes, no novo projeto de lei sobre mobilidade.

A prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, sempre se opôs ao pedágio por considerar que o pagamento prejudica principalmente quem já mora na periferia e depende do carro para trabalhar. Mas agora ela mudou de ideia e está disposta a aceitar o pedágio no centro de Paris, com algumas condições: tarifas diferenciadas nos horários de rush e de menor movimento. Ela também quer condicionar a receita do pedágio a um aumento na gratuidade do transporte público.

O projeto de lei do governo prevê uma tarifa máxima de € 2,50 (R$ 10,50) para os carros, podendo chegar até o dobro nas cidades de mais de 500.000 habitantes. Os veículos utilitários podem pagar até quatro vezes mais caro. Mas o pedágio urbano só deve entrar em vigor em Paris em 2024-2025. Até lá, muita gente vai ter adotado as outras modalidades de transporte elétrico que estão crescendo numa velocidade vertiginosa, como patinete, bicicleta e scooter de aluguel compartilhado, menos poluentes, bons para a saúde e bem mais baratos.

Explode oferta de transporte pessoal urbano em Paris

Diariamente, aumenta a oferta de patinete, bicicleta e scooter elétricos na capital e na periferia, é um movimento de fundo, de consciência das pessoas.

A Uber anunciou esta semana que vai lançar suas bicicletas elétricas Jump, de cor vermelha, no sistema de aluguel no início de 2019 em Paris. A empresa americana vai concorrer com a frota de 5 mil bicicletas mecânicas e 800 elétricas já disponíveis no sistema Vélib, cujo plano mais caro custa € 8,30 (R$ 35) por mês. Não tem comparação com o gasto de manutenção de um carro. Ainda mais numa cidade plana. O único desconforto é o frio e a chuva, mas o francês está acostumado e tem a opção do metrô nos dias de mau tempo.

A oferta de scooter elétrico de aluguel triplicou neste ano em Paris. Já são duas empresas concorrendo nesse segmento, uma delas filial da Bosch, de autopeças.

As patinetes elétricas de locação são a febre do momento. As start ups americanas Bird e Lime chegaram com força no mercado francês neste verão. As duas concorrentes cobram € 1 euro para desbloquear a patinete, mas depois faturam a distância percorrida de maneira diferente. A única preocupação são as quedas, porque a aceleração chega a mais de 25 km/h e tem muita gente levando tombo na rua.

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