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Internet

Falha no Facebook: governo francês admite que "um dia, todos os dados podem vazar"

O escândalo envolvendo a violação de 50 milhões de contas do Facebook por hackers não poupou nem mesmo membros do governo francês. Para o secretário de Estado encarregado do Digital, Mounir Mahjoubi, que teve sua conta pessoal desativada durante a semana, "é razoável considerar a possibilidade de que um dia todos os nossos dados possam vazar".

Cerca de 50 milhões de contas foram hackeadas devido a falhas na segurança do Facebook.
Cerca de 50 milhões de contas foram hackeadas devido a falhas na segurança do Facebook. REUTERS/Dado Ruvic
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Foram até 50 milhões de contas hackeadas devido a falhas de segurança na maior rede social do planeta. O Facebook anunciou na sexta-feira (28) que hackers roubaram os "tokens de acesso", espécies de chaves digitais que permitem que eles acessem as contas. A falha, segundo o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, aconteceu na terça-feira (25) e foi corrigida dois dias depois. 

Em entrevista neste sábado (29) à rádio France Info, Mounir Mahjoubi admite o maior temor de todos os internautas: ver seus dados roubados - uma possibilidade que avalia que pode acontecer com qualquer usuário de plataformas online. O secretário de Estado encarregado do Digital afirmou que até mesmo sua conta foi desativada devido à falha no Facebook. 

"Como 90 milhões de pessoas hoje, minha conta foi desconectada pelo Facebook devido ao bug massivo que ameaça nossos dados pessoais. As origens e as consequências não foram esclarecidas. Pedi ao Facebook da França dar mais precisões aos utilizadores franceses o mais rápido possível", escreveu Mahjoubi em sua conta no Twitter.

Por isso, secretário de Estado encarregado do Digital recomenda que todos os franceses sejam cuidadosos nas redes sociais, apagando, por exemplo, todas as informações que não gostariam que pudessem se tornar públicas. "É razoável considerar que um dia todos os nossos dados neste tipo de plataforma possam vazar. Fica a critério das pessoas não deixar disponível informações sensíveis. Cada um deve decidir o que pode ou não colocar à disposição nas redes", adverte. 

Mahjoubi não recomenda explicitamente que os usuários deixem de utilizar as redes sociais, mas deixa claro que não confia na segurança delas. "Essas plataformas não são cofres. Sempre acreditamos de forma ingênua que tudo o que acontecia na internet não representava perigo para nós, mas nos damos conta hoje que é urgente proteger nossos dados", conclui.  

Zuckerberg promete novas ferramentas para proteção de dados

A violação é a mais recente polêmica sobre a proteção da privacidade dos usuários do Facebook, que no início deste ano reconheceu que milhões de usuários tiveram dados pessoais roubados pela Cambridge Analytica. A empresa trabalhou para a campanha do presidente americano, Donald Trump, em 2016.

"Embora eu esteja feliz por termos encontrado isso, consertado a vulnerabilidade e protegido as contas que podem estar em risco, a realidade é que precisamos continuar desenvolvendo novas ferramentas para evitar que isso aconteça em primeiro lugar",  disse Zuckerberg em sua página no Facebook.

O Facebook também indicou que foi necessária uma "medida de precaução" adicional para redefinir os tokens de acesso para outras 40 milhões de contas onde o recurso vulnerável foi usado. Isso exige que esses usuários façam login novamente na plataforma.

"Estamos levando isso muito a sério e queríamos que todos soubessem o que aconteceu e a ação imediata que tomamos para proteger a segurança das pessoas", disse o vice-presidente de gerenciamento de produtos, Guy Rosen. "A privacidade e a segurança das pessoas são incrivelmente importantes e lamentamos que isso tenha acontecido."
 

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