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Brasil/Museu

"Tragédia do Museu Nacional ilustra um país que desprezou sua cultura", diz Le Monde

O jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde desta terça-feira (4) traz uma longa reportagem sobre o incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro. O vespertino explica que a instituição estava abandonada há anos e compara com a situação francesa, onde os prédios culturais são muito mais protegidos contra esse tipo de catástrofe.

Imagem aérea do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruídos pelas chamas
Imagem aérea do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruídos pelas chamas REUTERS/Ricardo Moraes
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Le Monde fala da indignação após a tragédia que atingiu “a mais antiga instituição acadêmica do país e uma referência na América Latina” e que teve repercussão internacional. A correspondente do jornal francês no Brasil conta que o museu sofria há anos pela falta de recursos financeiros, a tal ponto que “não tinha portas de proteção para incêndio, os extintores eram insuficientes e até os detectores de fumaça não funcionavam direito”.

“Vítimas da crise e pouco valorizadas pelo poder público, a cultura e as ciências sofreram sérios cortes orçamentários nos últimos anos”, analisa o texto. Abandonado, o museu carioca se tornou “a ilustração de um país em ruínas, desprezando sua própria cultura e seu passado”.

Na mesma página, Le Monde traz uma entrevista com Bruno David, presidente do Museu de História Natural de Paris. Segundo ele, as instituições francesas estão muito mais protegidas contra incêndios. “A segurança de nossos prédios é muito melhor”, compara.

David explica que os espaços culturais, como o Museu de História Natural que ele dirige, dispõem de uma vigilância contra incêndios que funciona 24 horas por dia, com câmeras ligadas a uma central, além de ter uma equipe de segurança bem maior que no Rio de Janeiro. “O museu que pegou fogo tinha quatro homens para vigiar 13 mil metros quadrados”, se espanta o presidente da instituição parisiense.

Além disso, explica, em caso de catástrofe, muitos acervos na França foram digitalizados. Dessa forma, em caso de uma tragédia, até as peças de paleontologia poderiam ser reconstituídas por meio de uma impressora 3D, compara David.

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