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Saúde

Samu na França é acusado de não responder 15% das chamadas

Dados oficiais da estatística anual dos estabelecimentos de saúde franceses mostram que 15% das chamadas telefônicas feitas para o Samu, o serviço de urgência médica, não são atendidas. A informação, revelada nesta quinta-feira (23) pela revista Le Point, chama a atenção para as falhas no sistema, a falta de pessoal e o material informático obsoleto.

Ambulância do Samu nas ruas de Paris, onde quase metade dos chamados para o serviço ficam sem resposta
Ambulância do Samu nas ruas de Paris, onde quase metade dos chamados para o serviço ficam sem resposta LIONEL BONAVENTURE / AFP
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Em 2016, dos 29 milhões de telefonemas feitos para o número de urgência na França, 4,6 milhões não foram respondidos. Segundo a estatística, o Samu funciona melhor em algumas partes do país, principalmente em cidades menores. Mas em grandes centros, como a capital Paris, uma em cada duas chamadas não é atendida.

Os dados foram divulgados oito meses após o caso da jovem Naomi Musenga, que não teve sua chamada levada à sério por uma telefonista do Samu. Ela morreu enquanto esperava para ser atendida, suscitando uma onda de críticas ao serviço.

Serviço foi criado em meados do século 20

Mas segundo profissionais do setor, essa estatística revelada pela revista Le Point só confirma as reclamações já existentes. “Nós já sabíamos desses números há muito tempo”, afirma o presidente da associação francesa dos médicos socorristas, Patrick Pelloux, em entrevista à RFI. “Isso mostra o desgaste do sistema do Samu, que foi inventado em meados do século 20, visando atender entre 5 e 10 milhões de chamadas. Só que agora nós recebemos mais de 30 milhões de ligações e os centros de atendimento não foram modernizados”.

Para ele, a única maneira de resolver o problema é com “sistemas informatizados mais recentes e mais funcionários para atender os telefonemas”. Além disso, Pelloux pede mais cooperação entre o Samu e os bombeiros.

Outro problema levantado pelos profissionais é a existência de vários números distintos para acionar o serviço (15, 17, 18, além do 112 europeu ou o 115 para o Samu Social). Pelloux propõe a criação de um telefone único, para que as ligações sejam, em seguida, distribuídas em função da ocorrência.

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