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França

Para ex-segurança de Macron, casos de violência que protagonizou são "banais"

Escândalo sem fim: dez dias depois da divulgação de um vídeo em que o ex-segurança de Emmanuel Macron, Alexandre Benalla, aparece vestido de policial e espancando manifestantes em um protesto em Paris, um nova denúncia veio à tona, reforçando a polêmica. Na noite de sexta-feira (27), em entrevista à TV francesa, o ex-agente classificou o episódios como "banais".

O ex-segurança de Macron, Alexandre Benalla, em entrevista à TF1 na sexta-feira (27).
O ex-segurança de Macron, Alexandre Benalla, em entrevista à TF1 na sexta-feira (27). AFP / TF1
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"Um caso de verão e não um caso de Estado": é desta forma que Alexandre Benalla, 26 anos, ex-segurança do presidente francês, Emmanuel Macron, classifica as violências que protagonizou. Em entrevista à rede de televisão TF1, na noite de sexta-feira, o ex-agente tentou diminuir a relevância do escândalo.

Em mais um exercício de comunicação extremamente controlado pelo governo, Alexandre Benalla aparece nas imagens da entrevista vestido de terno e gravata, barbeado e de óculos, respondendo de maneira calma e articulada. O ex-segurança que conversa com a jornalista em nada lembra a pessoa que agride manifestantes em dois vídeos gravados no 1° de Maio em Paris.

Na primeira gravação, Benalla, vestido de policial, espanca um homem caído. Na segunda, que foi divulgada na sexta-feira (27), o ex-segurança protagoniza uma violenta abordagem, filmada por dois militantes comunistas no Jardin des Plantes, em Paris. Os dois jovens, apesar de terem sido obrigados pela polícia a apagar o vídeo gravado no celular, conseguiram recuperá-lo na memória do aparelho e o utilizaram para prestar queixa na polícia. 

Para Benalla, no entanto, os dois casos não passam de histórias irrelevantes, cuja repercussão é classificada por ele como "uma loucura". Em entrevista à TF1, o ex-segurança de Macron admitiu, no entanto, ter empregado "gestos vigorosos", mas que foram apenas "uma reação de cidadão" contra os manifestantes que, para ele, não passam de "baderneiros". "Não foram atingidos por nenhum golpe", alegou, embora as imagens mostrem o contrário.

Benalla desdenha, no entanto, que o fato de ter entrado em ação como policial é ilegal. O ex-segurança de Macron, de folga no 1° de Maio, havia solicitado a seus superiores para observar os trabalhos da polícia durante as manifestações. Segundo o ministério do Interior, o ex-agente estava a par de que não poderia, em nenhum momento, agir.

Tempestade em copo d'água

O escândalo protagonizado pelo ex-agente gerou uma crise sem precedentes no governo francês. Emmanuel Macron, que durante quase uma semana se negou a vir a público se pronunciar, tentou abafar as críticas da oposição no final da semana, classificando o caso como "uma tempestade em copo d'água". Duas moções de censura à sua administração foram apresentadas por deputados de esquerda e do partido conservador Os Republicanos, medidas que serão debatidas na próxima terça-feira (31) na Assembleia Francesa. 

Benalla foi demitido e está sendo investigado por "violências em grupo". Novos trechos de vídeos das câmeras de segurança divulgadas no Twitter, que mostram a agressão ao manifestante caído, serão analisadas pelos juízes de instrução. Além disso, o ministro do Interior, Gérard Collomb, vai instruir aos chefes de polícia para que seus futuros observadores utilizem um distintivo para indicar que não são policiais, além de estabelecer em uma cartilha suas condições de participação em dispositivos de segurança. 

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