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Arles/Alexander McQueen

Arles: fotos mostram genialidade e tormentos do estilista Alexander McQueen

“Ann Ray, eu te dou a minha alma”, disse o estilista inglês Alexander McQueen a uma fotógrafa francesa. Eles se conheceram em 1996, quando ele foi nomeado diretor artístico da Maison Givenchy, uma das mais tradicionais do mundo da alta costura. A amizade durou 13 anos, até o suicídio de McQueen, em 2010, aos 40 anos. Uma mostra nos Encontros Fotográficos de Arles revela outras facetas geniais e sombrias do artista.

"Unfallen Angels I, Paris, 2009", cortesia da artista.
"Unfallen Angels I, Paris, 2009", cortesia da artista. @Ann Ray
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Enviada especial a Arles

Durante mais de dez anos, Ann Ray teve acesso privilegiado à complexidade exuberante de McQueen, a quem só se refere por Lee, nome verdadeiro. “Alexander McQueen era uma grife extraordinária, mas para mim, Lee McQueen era um artista e isso ficou muito claro desde o momento em que nos conhecemos”.

O resultado são mais de 35 mil imagens, em película e em preto e branco. Os Encontros de Arles exibem uma seleção desse legado, com curadoria de Sam Stourdzé, diretor do próprio festival. “É uma homenagem, uma celebração. Foi um trabalho pictórico e fotográfico, mas foi também uma aventura íntima, de juntar tudo e retransmitir”, explica a fotógrafa.

Alexander McQueen, fotografado por Ann Ray.
Alexander McQueen, fotografado por Ann Ray. @Patricia Moribe

Extravagância e poesia

Consagrado, o enfant terrible da moda deixou a Maison Givenchy em 2001, para trabalhar sob sua própria marca.

“A expressão enfant terrible é muito boa, com tudo o que há de vertiginoso na palavra. Eu queria estabelecer uma espécie de equilíbrio entre o que é hoje o personagem público, a lenda Alexander McQueen, e tudo o que isso pode implicar, em excessos e imprecisões, a fim de resgatar algo de uma extrema simplicidade, poético. Algo tão completo e complexo como era ele”, acrescenta.

"Unfallen Angels I, Paris, 2009", cortesia da artista.
"Unfallen Angels I, Paris, 2009", cortesia da artista. @Ann Ray

A própria alma

Para McQueen a moda era apenas o meio para expressar sua arte. Por isso, o fio condutor da mostra não são as roupas em si, mas todo o processo de criação e apresentação. As imagens de Ray mostram um jovem workaholic, intenso, criativo e atormentado, que muda de penteado, de estilo, que engorda e emagrece, que se droga. Mas também sensível e inseguro. Ele queria que Ann Ray registrasse seus altos e baixos. E por isso Lee McQueen deu à fotógrafa sua alma.

McQueen se enforcou no dia 10 de fevereiro de 2010, um dia antes do enterro da mãe.

A mostra em Arles traz uma faceta mais desconhecida e sombria do mito. Humana. O sucesso continua com a grife, uma das favoritas de Kate Middleton, que se casou com um vestido da Maison Alexander McQueen, em 2011.

 

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