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Europa/clandestinos

França e Espanha propõem "centros fechados" para chegada de clandestinos à Europa

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, propuseram neste sábado (23) criar "centros fechados" para os migrantes que chegarem à Europa, na véspera de uma cúpula europeia que se anuncia tensa.

O chefe de governo espanhol, Pedro Sanchez, à esquerda, cumprimenta o presidente francês, Emmanuel Macron.
O chefe de governo espanhol, Pedro Sanchez, à esquerda, cumprimenta o presidente francês, Emmanuel Macron. Thibault Camus/Pool via Reuters
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"Uma vez que chegarem a solo europeu, somos a favor da criação de centros fechados, financiados com fundos europeus", nos quais se possa "examinar rapidamente a situação" dos migrantes e saber quais podem "ter direito a refúgio", disse Macron durante uma entrevista conjunta com Sánchez, em Paris.

Os migrantes que não puderem ter o status de refugiado serão enviados de volta para "seus países de origem" e não "para países de trânsito", acrescentou Macron.

A proposta será apresentada aos demais parceiros europeus no domingo (24) em uma mini cúpula em Bruxelas, que se anuncia muito tensa pelas fortes divisões entre os países do bloco sobre a gestão migratória.

Alemanha de acordo

"França e Espanha compartilham a mesma estratégia para responder de forma eficaz e humana" ao desafio da imigração, continuou Macron, que disse ter o apoio da chanceler alemã, Angela Merkel, com quem "já abordou a questão".

Atualmente existem poucos centros nesse formato na Europa. Alguns são vistos na Grécia e Itália, gerenciados pela Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), onde são registradas as entradas e dados de possíveis refugiados.

A proposta da França e Espanha prevê uma ação em uma escala maior com centros fechados, geridos por agências europeias, nos países da linha de frente, ou seja, Itália, Grécia e Espanha, onde os migrantes terão de aguardar que seus casos sejam analisados pelas autoridades.

"Apoiamos a proposta que fazemos conjuntamente, França e Espanha, à Itália, para resolver a questão do navio que está agora na costa italiana", disse Sánchez em referência ao barco "Lifeline", que está parado em águas internacionais com 230 migrantes a bordo, depois que a Itália fechou seus portos.

Sanções em caso de 'falta de solidariedade'

Macron também ameaçou impor sanções europeias contra os países da União Europeia que se recusarem a acolher os refugiados. "Sou a favor da imposição de sanções em caso de falta de solidariedade", assinalou.

"Não podemos ter países que se beneficiem maciçamente da solidariedade da UE e que reivindiquem maciçamente seu egoísmo nacional quando se trata de temas migratórios", justificou o presidente francês.

"Concordo que a política migratória tenha de ser comum e baseada na solidariedade", declarou Sánchez.

Macron procura, segundo o Eliseu, estabelecer com Espanha e Alemanha uma "abordagem colaborativa" oposta à do grupo Visegrado (Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia), que mantém uma política sem concessões em questões de imigração.

O episódio do navio "Aquarius", com 630 migrantes a bordo, para o qual a Itália fechou suas portas antes de ser recebido pela Espanha, trouxe à tona a necessidade de se encontrar uma resposta europeia comum à questão migratória.

Mais e mais clandestinos se arriscam

Neste sábado (23), mais de 750 clandestinos foram resgatados em várias operações na costa espanhola, onde o fluxo de chegadas continua após a chegada do "Aquarius".

A Guarda Costeira da Líbia indicou ter resgatado mais de 200 migrantes naufragados que tentavam chegar à Europa em duas embarcações. Cinco foram encontrados mortos.

(com informações da AFP)

  

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