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Um pulo em Paris

Programa da prefeitura de Paris consegue reduzir desperdício de alimentos

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A França adotou em 2012 um política proposta pelo Parlamento Europeu de reduzir à metade o desperdício de alimentos até 2025. Este plano nacional envolve ações com varejistas, fabricantes de alimentos industrializados, ONGs e consumidores. Muitas ações são locais, efetuadas por redes criadas para evitar as perdas. A prefeitura de Paris está satisfeita com os resultados alcançados em seu programa.   

Governo francês fez acordo com supermercados para reduzir o desperdício de produtos alimentares.
Governo francês fez acordo com supermercados para reduzir o desperdício de produtos alimentares. AFP PHOTO MYCHELE DANIAU
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Paris se comprometeu com o pacto nacional contra o desperdício em 2013 e implantou, a partir de 2015, um programa de cinco anos para reduzir as perdas em todas as fases da cadeia alimentar: na produção, na transformação, na distribuição e no consumo.

Um estudo mostrou que os parisienses jogavam fora 59 mil toneladas de alimentos ainda embalados e adequados para o consumo. Por habitante eram 26 kg de alimentos desperdiçados todo ano, o triplo da média nacional.

O município adotou um plano de 13 medidas concretas, que incluem favorecer a abertura de lojas que vendem a granel, estandes nas feiras-livres para vender os produtos desprezados ainda consumíveis, além de envolver as cantinas escolares, supermercados, restaurantes e empresas nesse círculo virtuoso.

Supermercados e restaurantes mudam suas práticas

Os supermercados receberam autorização para doar ou vender com descontos de até 30% os alimentos cujo vencimento está próximo. O lojista só deve distinguir entre a data limite de consumo (DLC) e a data limite para uma utilização ideal (DLUO), etiquetadas nos produtos. É proibido vender itens perecíveis, como carnes e laticínios, com a DLC vencida. Já os cereais e outros alimentos secos podem ser consumidos depois da DLUO. 

Legumes e frutas de aparência feia, que o consumidor deixa de lado, mas ainda são adequados para o consumo, passaram a ser doados para associações e bancos de alimentos que oferecem refeições gratuitas para a população carente. O varejista que jogar comida em bom estado fora está sujeito a uma multa de 3.750 euros.

O transporte de um ponto a outro é feito por empresas que desenvolveram aplicativos de geolocalização por celular criados para essa rede de aproveitamento. Em abril de 2016, o aplicativo que oferece descontos para produtos próximos do vencimento já contava com 200 estabelecimentos cadastrados e 45.000 clientes.

Os restaurantes foram orientados para oferecer aos clientes a possibilidade de levar os restos para casa. Até pouco tempo atrás, os franceses não tinham esse costume, era visto como falta de etiqueta. Agora, os garçons não olham mais com cara de espanto quando o cliente pede para levar a comida para casa.

Alguns restaurantes participaram de um projeto-piloto de reciclagem dos resíduos orgânicos, facilitando a transformação de alimentos, que antes eram desperdiçados, em eletricidade, gás natural e fertilizante. Eles reaproveitaram 584 toneladas de resíduos de alimentos. Na verdade, são práticas de economia cíclica para reduzir os resíduos sólidos.

Campanhas de conscientização

Para envolver todos os parisienses no pacto contra o desperdício, o município usa e abusa da comunicação com enfoque no serviço de utilidade pública. Regularmente, a prefeitura de Paris envia folhetos pelo correio para cada habitante, distribui cartazes nos supermercados, nas repartições públicas, escolas, bibliotecas e locais de grande circulação.

Os folhetos e cartazes chamam a atenção do consumidor para não comprar no supermercado uma quantidade superior ao necessário e ensinam o cidadão a monitorar as datas de validade na geladeira para consumir os produtos na ordem adequada.

Para formar desde a infância esse consumidor consciente, a prefeitura também trabalha em parceria com as escolas e centros esportivos. Na França, o ensino é de período integral e a ampla maioria das crianças e adolescentes almoça na escola. Tanto na sala de aula quanto no horário do almoço na cantina, professores e monitores conscientizam os alunos contra o desperdício.

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