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Partido de extrema-direita Frente Nacional muda de nome e tenta esquecer passado polêmico

O partido de extrema-direita Frente Nacional (FN) mudou de nome nesta sexta-feira (1) e passou a se chamar Reunião Nacional (RN), numa tentativa de esquecer o fracasso das últimas eleições.

Marine Le Pen anuncia o novo nome do Frente Nacional: Reunião Nacional
Marine Le Pen anuncia o novo nome do Frente Nacional: Reunião Nacional REUTERS/Emmanuel Foudrot
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“Fica a homenagem ao Frente Nacional e o viva ao Reunião Nacional!”, declarou Marine le Pen, presidente da nova sigla. Le Pen afirmou que a mudança de nome “fecha um capítulo da história de nosso movimento nacional iniciado há um pouco mais de 45 anos, mas somente para começar um novo, ainda mais glorioso”. Ela também fez referência aos partidos aliados de extrema-direita na Europa, como na Itália, chamando-os de “povo europeu que se desperta”.

A nova alcunha do Frente Nacional, proposta por Marine le Pen no Congresso em março, marca o ponto de reorganização de um partido que quer se livrar de seu passado racista e antissemita, desejando, com isso, encontrar aliados para alcançar a vitória.

“Emmanuel Macron reuniu atrás de si os globalizados, agora nós devemos reunir os nacionais”, afirmou Philippe Vardon, membro do Gabinete Nacional do RN, antigo FN. Nathalie Germain, militante desde 2013, celebrou uma denominação que “tira esse aspecto um pouco guerrilheiro da palavra ‘Frente’, que foi legítimo em um dado momento”.

“Traição”, denunciou Jean-Marie le Pen, que foi presidente do partido por quase 40 anos. “É uma longa e corajosa história militante que estamos negando”, criticou. Para Marina le Pen, sua filha, a referência é o grupo parlamentar da direita dos anos 1980, chamado “Frente Nacional-Reunião Nacional”.

Muda de nome, mas não de política

O RN vai guardar o emblema da chama azul, branca e vermelha, que passará a ser contornada por um círculo, lembrando o símbolo do partido neofascista da Itália Movimento Social Italiano (MSI), hoje desaparecido, de onde veio boa parte das inspirações do antigo FN.

Num questionário do último outono, uma grande maioria dos militantes se disseram “apegados à chama” – o logotipo do partido incarna os temas mais importantes para a sigla, como a segurança e a imigração. A primeira campanha eleitoral com o emblema dizia: “1 milhão de desempregados significa 1 milhão de imigrantes em excesso”.

A cerimônia de mudança de nome ocorreu perto de Lyon, cidade do movimento radical de extrema-direita “Geração Identitária”, cujas ações anti-imigrantes nos Alpes foram celebradas por Marine Le Pen. Apesar do novo nome, tudo indica que a linha política do RN continuará a mesma: de extrema-direita.

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