Ocupações de universidades resultaram em prejuízos de € 1 milhão à França
A mobilização de estudantes franceses que se opõem à reforma do acesso à universidade continua. De acordo com o sindicato dos estudantes Unef, mais de vinte faculdades ainda são afetadas por bloqueios, ocupações e manifestações. Outras foram evacuadas pela polícia. O governo francês, que começa a fazer as contas, estima o prejuízo em mais de € 1 milhão.
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Mesas e cadeiras quebradas, paredes pichadas, material de ensino destruído. O dano é grande e a conta, salgada. Apenas a deterioração da sala dos funcionários da Universidade Paul-Valéry, em Montpellier, é estimada em € 300 mil.
Para as salas da Sorbonne, em Paris, evacuada na última sexta-feira (20), as estimativas de custos estão em andamento, mas a reitoria evoca um montante de € 200 mil a € 300 mil. No total, segundo a ministra do Ensino Superior da França, Frédérique Vidal, o custo dos danos causados durante o bloqueio das faculdades, causados por manifestantes muitas vezes encapuzados, deve ultrapassar € 1 milhão.
"Os alunos não se mobilizam para degradar as instalações, mas para reivindicar boas condições de estudo", responde o sindicato dos estudantes Unef. Segundo seus líderes, o movimento de protesto nas universidades é em grande parte pacífico e o governo, ao destacar as degradações observadas após as evacuações, procura desacreditá-lo.
Protestos contra reforma imposta pelo governo Macron
Os estudantes protestam contra a polêmica lei ORE (Orientação e sucesso dos estudantes), também conhecida como lei "Vidal", o sobrenome da ministra Frédérique Vidal. A nova lei promete reestruturar o acesso e se baseia em pré-requisitos escolares que poderão se tornar determinantes para o futuro acesso à universidade na França.
Em 20 de abril, mais de cem policiais desalojaram cerca de 40 estudantes que ocupavam a faculdade de Tolbiac, da Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Lugar emblemático da mobilização contra a reforma do acesso à universidade, a faculdade estava ocupada havia três semanas.
No total, quatro universidades foram fechadas e 11 registraram bloqueios, entre elas a famosa Sciences Po, que forma a elite política da França, e que diplomou Emmanuel Macron, o presidente do país.
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