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Um pulo em Paris

Greves na França levantam debate sobre privatização do sistema ferroviário europeu

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A França enfrenta, desde o início de abril, um forte movimento de contestação no sistema de transporte ferroviário. A mobilização traz novamente à tona o debate da privatização do setor, tema já discutido em outros países europeus.

Grevista na estação ferroviária Saint-Charles, em Marselha
Grevista na estação ferroviária Saint-Charles, em Marselha REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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Os grevistas são contra um projeto do presidente francês, Emmanuel Macron, que pretende abrir as ferrovias à concorrência e transformar a empresa em sociedade anônima. Mesmo se o governo nega, os sindicatos defendem que essa medida abriria a porta para uma futura privatização do setor. Os empregados também protestam contra a supressão do estatuto especial dos funcionários públicos do sistema ferroviário no caso de novas contratações após essa reforma.

Além do impacto na vida dos empregados, uma das possíveis consequências seria o risco de supressão das linhas consideradas menos rentáveis. Com uma malha ferroviária de cerca de 30.000 km de extensão, a França possui uma das redes mais densas da Europa, atrás apenas da Alemanha. No entanto, muitas dessas linhas, principalmente entre cidades pequenas, são pouco usadas, mesmo se são importantes para os moradores daquelas regiões.

Vizinhos europeus já privatizaram ferrovias

Mesmo se o projeto de Macron não fala abertamente de privatização, o debate chama a atenção para o que foi feito nos países vizinhos, onde a questão de desengajamento do Estado no sistema ferroviário já foi tratada. A Alemanha, por exemplo, já privatizou seu sistema ferroviário e o resultado é frequentemente elogiado, a ponto de ser usado como uma referência para os que defendem a reforma na França.

Já no Reino Unido, onde o Estado não é mais responsável pelo transporte ferroviário, as críticas são inúmeras. Sucateado em algumas regiões e registrando atrasos importantes em várias linhas, o sistema britânico é acusado de propor serviços insuficientes por preços muito elevados. Só para ter uma ideia, trechos de cerca de 20 minutos de duração custam, em média, mais de 15 libras (R$ 73), apenas para um trajeto de ida. Os grevistas franceses geralmente usam o sistema inglês como um modelo de fracasso da privatização.

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