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Refugiados/França

França recebeu mais de 100 mil pedidos de asilo político em 2017

A França registrou mais de 100 mil pedidos de asilo no ano passado, de acordo com os números finais divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ofpra, o Escritório Francês de Proteção a Refugiados e Apátridas. O balanço confirma um salto nas solicitações de cidadãos albaneses, bem à frente de países em crise como o Afeganistão ou a Síria.

Migrantes afegãos esperam em frente aos escritórios do Ofpra, em Calais, norte da França, em 14 de janeiro de 2016.
Migrantes afegãos esperam em frente aos escritórios do Ofpra, em Calais, norte da França, em 14 de janeiro de 2016. Fuente: AFP.
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Um total de 100.755 pedidos de asilo foram registrados em 2017 pelo Ofpra, o que representa um aumento de 17,5% em relação a 2016, segundo o relatório anual do órgão. Um "ponto crítico simbólico foi atingido, sem que isso constitua um afluxo maciço", assegurou Pascal Brice, diretor-geral da instituição francesa.

A afirmação aparece na conclusão do relatório, pouco antes do exame do polêmico projeto de lei de asilo e imigração, que será debatido no próximo dia 16 de abril no Congresso francês. Uma consulta na Comissão de Leis do mesmo texto deu origem a longos debates na semana passada no país.

Os primeiros pedidos de asilo (excluindo menores e pedidos que devem ser reexaminados) chegaram a 73.802, constituindo uma alta histórica na França. O último "pico" havia sido alcançado em 2003, na esteira das guerras na ex-Iugoslávia, segundo o documento, que confirma as tendências reveladas em janeiro de 2018.

A demanda de asilo albanesa saltou para um total de 12.131 casos, um aumento de 60% em um ano, depois de já ter dobrado no ano anterior (2016). Esse fenômeno, atribuído em grande parte às motivações econômicas, experimentou "uma queda no segundo semestre", segundo o Ofpra. Em seguida vêm o Afeganistão (6.671 solicitações), a Síria (5.824), o Haiti (5.744) e o Sudão (4.823).

Outra confirmação do documento é o forte crescimento dos pedidos de asilo vindos dos países da África Ocidental e da França, particularmente dos cidadãos da Costa do Marfim, cuja demanda mais que dobrou (3.745), da Guiné-Bissau (+ 50%, com 4.292) e da República Democrática do Congo (4228).

Menores desacompanhados

"Estamos na contramão de outros países europeus", lamentou o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, em 9 de abril, enfatizando que o pedido de asilo em toda a União Europeia caiu pela metade há um ano.

Na França, o ano de 2017 também viu um aumento dos pedidos referentes aos menores desacompanhados, com um aumento de 24,7%, totalizando 596 pedidos. Paradoxalmente, isso também destaca o fato de que esses jovens não costumam solicitar oficialmente ajuda, já que cerca de 15 mil menores desacompanhados foram colocados no ano passado sob a proteção da Assistência Social da Criança, no país.

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