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França

Greve “intermitente” deve parar França até junho, mas governo mantém reformas

Os dois dias de greve que afetaram principalmente o setor dos transportes na França não parecem ter abalado o presidente Emmanuel Macron. O governo afirmou estar disposto a manter o programa de reformas, apesar da mobilização. Os sindicatos prometem paralisar novamente o país, graças a um sistema de greve intermitente, que deve durar até o mês de junho.

Greve afetou principalmente o setor ferroviário francês.
Greve afetou principalmente o setor ferroviário francês. BERTRAND LANGLOIS / AFP
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Segundo os sindicatos da empresa nacional de transporte ferroviário (SNCF na sigla em francês), que lidera a mobilização, três quartos dos maquinistas participaram do movimento nesses dois primeiros dias de greve. O resultado foi um tráfego bastante perturbado em praticamente todo o país.

Apenas um a cada sete trens-bala circulou durante o dia e um a cada cinco trens regionais funcionou. “Tenho certeza de que a opinião pública está do nosso lado e que os passageiros nos apoiam”, declarou o secretário-geral do sindicato CGT Maquinistas, Laurent Brun.

Os sindicatos da SNCF protestam contra a supressão do estatuto especial de seus trabalhadores para novas contratações, a abertura do serviço ferroviário à concorrência e a transformação da empresa em sociedade anônima. Para os grevistas, esta última medida abriria a via para uma futura privatização do setor, algo que o governo nega.

Colar de pérolas inspirou grevistas

Numa tentativa de pressionar as autoridades, os sindicatos se inspiraram em um dispositivo conhecido no país como greve “perolada” (greve perlée). O nome vem do ritmo das paralisações, que faz alusão ao formato de um colar de pérolas.

Segundo o sistema, os empregados cruzam os braços de forma intermitente, sem perder muitos dias de trabalho, mas afetando o funcionamento dos serviços. A mobilização será retomada na noite de sábado (7), para mais dois dias de greve. Os sindicatos pretendem manter esse ritmo de paralisações até 26 de junho.

Apesar da mobilização, a equipe de Emmanuel Macron não pretende se inclinar diante dos sindicatos. O porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, declarou nessa quarta-feira que a transformação da SNCF será efetivada "até o fim, com calma e grande determinação”.

O presidente da SNCF, Guillaume Pepy foi mais diplomata e declarou que "o diálogo ainda não foi rompido" com os grevistas. 

Air France integra movimento e continua greve

Além do setor ferroviário, a companhia aérea Air France aderiu ao movimento desde o início. Mesmo se os funcionários não têm as mesmas reivindicações (eles pedem aumento de 6% de salário), os sindicatos aproveitam a greve de maquinistas para cruzar os braços ao mesmo tempo. Nessa quarta-feira, após dois dias de mobilização, com a anulação de cerca de um quarto dos voos, os empregados decidiram prosseguir a paralisação.

Após um encontro com a direção da empresa, nessa quarta-feira, os sindicatos de todas as áreas da companhia anunciaram que vão fazer mais quatro dias de greve, 17, 18, 23 e 24 de abril. As datas escolhidas coincidem com a continuação da “greve perolada” da SNCF.

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