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Um pulo em Paris

Paris terá marcha e vigília no fim de semana em homenagem a Marielle Franco

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Paris terá ao menos duas manifestações neste fim de semana em protesto contra os assassinatos da vereadora do PSOL Marielle Franco e de seu motorista Anderson Pedro Gomes, ocorridos na quarta-feira (14), no Rio de Janeiro.

Cartaz de convocação de protesto em Paris contra a execução de Marielle Franco.
Cartaz de convocação de protesto em Paris contra a execução de Marielle Franco. Reprodução
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Um grupo fechado no Facebook de mais de 3.500 mulheres brasileiras anuncia uma marcha no sábado (17) saindo da praça da Ópera, às 14h, pelo horário local, 10h em Brasília, em direção à praça de Stalingrad, na zona norte da capital. A concentração está marcada para às 10h, para que os participantes tenham tempo de preparar as faixas e cartazes que irão exibir no cortejo.

Até o início da tarde de sexta-feira, 3.840 pessoas demonstravam interesse ou já tinham confirmado a participação no evento criado no Facebook. A palavra de ordem é um apelo por justiça e pelo fim do genocídio dos negros no Brasil. Por coincidência, amanhã já estava prevista uma marcha contra a violência policial na França, e os organizadores convidaram as brasileiras a se juntar ao protesto.

A maior parte dos comentários nas redes sociais, em português e francês, demonstra comoção com a violência fora de controle no Rio de Janeiro, a impunidade da Polícia Militar e o ambiente político deletério no país. Algumas vozes extremistas criticam o engajamento de Marielle em defesa dos direitos humanos.

A manifestação francesa A Marcha das Solidariedades - O Racismo de Estado Mata é organizada por dezenas de ongs antirracismo e de defesa dos direitos humanos reunidas no Coletivo pelos Direitos Sociais e Liberdades, que denuncia a violência policial na França. O texto de convocação da passeata afirma que a violência policial tem aumentado com a presença dos migrantes, fala em discriminações contra negros, árabes, ciganos e moradores de periferia. O coletivo francês pede o fim da impunidade da polícia, a regularização dos imigrantes sem documentos e, sobretudo, o fim da discriminação racial e cultural de parte dos policiais.

No domingo, outra vigília em homenagem à memória de Marielle e Anderson está prevista às 14h de Paris, 10h de Brasília, desta vez na praça da República.

Brasileiros de Berlim também convocaram um protesto em homenagem a Marielle e "contra o genocídio do povo negro e favelado", às 15h, no bairro multicultural de Kreuzberg.

Forte repercussão na imprensa francesa

Nesta sexta-feira, a mídia na França ainda mostra imagens do enterro da vereadora do PSOL e dos protestos em várias cidades brasileiras.

O jornal Libération diz que Marielle, mulher, negra e favelada, foi vítima da violência que denunciava. "Vereadora do Rio, incansável ativista dos direitos humanos, Marielle Franco, de 38 anos, foi morta com quatro tiros na cabeça, em pleno centro da Cidade Maravilhosa", escreve o Libération. Para a publicação, a militante "encarnava a esperança de renovação da esquerda, em um momento no qual a corrupção reina no Brasil". A grande questão é quem matou Marielle, destaca a correspondente, salientando que os investigadores privilegiam a tese de execução. Todas as circunstâncias levam a crer que o crime teve motivação política, ainda que a vereadora não tenha sido alvo de ameaças, afirma o diário.

Para a revista francesa L'Express, os protestos contra o assassinato da vereadora demonstram também a revolta contra a violência policial e o governo de Michel Temer.

A revista Challenges, lida pela elite empresarial francesa, diz que "a voz de Marielle foi asfixiada pelas balas".

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