Acessar o conteúdo principal
Imprensa

Apesar de novo nome, partido de Marine Le Pen continua sendo racista, diz Libération

Os principais jornais franceses desta segunda-feira (12) avaliam a estratégia da líder da extrema-direita do país, Marine Le Pen, de renovar seu partido. No último fim de semana, em um congresso realizado em Lille, no norte da França, ela revelou o futuro nome da legenda: a Frente Nacional deve se tornar a Reunião Nacional.

Nos jornais franceses desta segunda-feira (12) avaliam a estratégia da líder da extrema-direita Marine Le Pen de renovar seu partido, anunciando um novo nome para a legenda.
Nos jornais franceses desta segunda-feira (12) avaliam a estratégia da líder da extrema-direita Marine Le Pen de renovar seu partido, anunciando um novo nome para a legenda. Fotomontagem RFI
Publicidade

O assunto é a capa do jornal Libération que chegou às bancas nesta manhã. O diário ironiza o novo nome em francês do partido, "Rassemblement National" e coloca a letra E no lugar do A, mudando a primeira palavra para "ressemblement" que, em português, seria algo como "semelhança". Afinal, para Libération, a tentativa de Marine Le Pen de renovar o partido não deve revolucionar a filosofia da legenda de extrema-direita.

Aliás, foi exatamente isso que disse ao Libé um dirigente da agora Reunião Nacional. "Nada vai mudar", além do nome, declarou a fonte, em entrevista ao jornal. "Nem os discursos, nem as ideias, nem os membros, nem os eleitores, nem as derrapadas racistas", salienta. O jornal faz referência a um episódio no fim de semana em que um integrante da ala jovem da legenda foi filmado em um bar de Lille insultando um garçom de "negro de merda".

Rótulo muda, mas o conteúdo é o mesmo

A mudança de nome ainda será submetida ao voto dos integrantes do partido, mas, por trás dela, está a tentativa de Marine Le Pen de reerguer a extrema-direita, depois das derrotas nas eleições presidenciais e legislativas do ano passado, escreve Libé

"O rótulo muda, mas o conteúdo é o mesmo", salienta o diário em editorial. Para o diário, quando Marine Le Pen promete em seu discurso o fim de toda a imigração na França com a instalação de um Estado policial contra estrangeiros, "a ideia é tão batida que chega a dar sono". 

Control C + Control V

Já para o jornal Le Figaro, a tentativa de refundar o partido é válida, de um ponto de vista de marketing. "Mas domingo, em Lille, a finalista das últimas eleições presidenciais penou para apresentar o conteúdo desta nova legenda e detalhar suas modalidades", publica. 

Além disso, diz o jornal, parte do discurso realizado ontem é um "Control C + Control V" do que ela prega desde que chegou à liderança do movimento de extrema-direita, há sete anos. Símbolo da falta de renovação do partido, "em nenhum momento a presidente da futura Reunião Nacional se dirigiu a seus potenciais aliados, a outros partidos ou movimentos existentes, nem mesmo aos novos eleitores", ressalta Le Figaro

Mudança ambígua 

Para o jornal Aujourd'hui en France, a mudança é ambígua. Marine Le Pen validou a exclusão do pai, Jean-Marie Le Pen, do partido, que, apesar dos conflitos com a filha ainda era o presidente de honra da legenda, cargo que foi extinto ontem, após votação. Mas a própria líder lembrou que Reunião Nacional era o nome de um partido presidido pelo advogado da extrema-direita Jean-Louis Tixier-Vignancour, cujo diretor de campanha em 1965 era ninguém mais que... Jean Marie-Le Pen. Ou seja, a palavra Frente fica para trás, mas no fundo, a essência é a mesma, conclui Aujourd'hui en France
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.