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Imprensa

Protecionismo de Trump pode gerar guerra comercial, alerta imprensa francesa

Os jornais franceses desta sexta-feira (9), destacam o anúncio do presidente americano, Donald Trump, de elevar as tarifas de importação do aço e do alumínio.

O protecionismo de Trump pode gerar uma verdadeira guerra comercial, destacam os jornais franceses desta sexta-feira (9).
O protecionismo de Trump pode gerar uma verdadeira guerra comercial, destacam os jornais franceses desta sexta-feira (9). REUTERS/Leah Millis
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Le Figaro traz em sua manchete o alerta que com essa decisão, Trump arrisca uma guerra comercial. Nessa quinta o presidente dos Estados Unidos anunciou o aumento em 25% sobre a importação do aço e de 10% sobre o alumínio. Ele alega que o país ficou refém dos exportadores de metais e diz cumprir a sua promessa de campanha protegendo a indústria e o mercado de trabalho americanos. A nova taxação deverá ser implementada dentro de duas semanas.

Segundo Le Figaro, a medida é endereçada principalmente à China devido ao seu déficit comercial. Porém, desde 2011 a siderurgia chinesa tem perdido território na importação de metais aos americanos. Segundo analistas, Pequim adotará uma resposta à altura com sanções comerciais aos Estados Unidos, começando pela agricultura, setor estratégico para a economia americana. No ano passado, a China comprou cerca de US$ 14 bilhões em soja americana.  

Na verdade, essa decisão impacta diretamente o mercado brasileiro, canadense, sul-coreano e países da união europeia. Por sua vez, os países europeus já anunciaram que se a decisão entrar em vigor, o mesmo será feito em relação aos produtos importados dos Estados Unidos.

Le Figaro explica que ainda é difícil medir o risco para economia mundial com o protecionismo de Trump. Mas a decisão vai, no mínimo, gerar um choque de incertezas que podem causar inflação, baixa do crescimento e abalar a diplomacia comercial.

Dois pesos, duas medidas

Para o jornal Les Echos, Trump usa dois pesos e duas medidas para as novas regras aduaneiras. O presidente americano prometeu ser mais flexível nas negociações com o México e o Canadá, desde que os dois países continuem conversando com Washington o pacto no Acordo de Livre Troca na América do Norte, o Aléna.

Les Echos repercute também a posição do diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevedo, que disse acompanhar a situação de perto e que se trata de um problema extremamente sério e urgente. Segundo o jornal, Azevedo não pode deixar de notar o dano que está prestes a causar o presidente dos Estados Unidos ao sistema comercial internacional em vigor há mais de 20 anos.

A imprensa francesa repercute também a publicação no Twitter do ministro da Economia francesa, Bruno Le Maire. Na noite de quinta-feira (08), ele publicou que a França "repudia" os anúncios de Donald Trump sobre a taxação nas importações de aço e alumínio. Segundo ele, "uma guerra comercial só terá perdedores. A Europa está avaliando o impacto em suas indústrias e as respostas a essa decisão".

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