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Irã/Nuclear

“É preciso fazer tudo para salvar acordo nuclear iraniano”, diz chanceler francês

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, avaliou nesta segunda-feira (5), após sua breve visita a Teerã, que "ainda há muito trabalho a ser feito" em relação ao programa balístico iraniano e ao papel do Irã em crises regionais do Oriente Médio. O chanceler francês trabalha com parceiros do bloco europeu para tentar salvar o acordo nuclear iraniano de 2015, face à hostilidade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, cumprimenta Ali Shamkhanin, Secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país, em 5 de março de 2018.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, cumprimenta Ali Shamkhanin, Secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país, em 5 de março de 2018. Tasnim News Agency/Handout via REUTERS
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O ministro das relações Exteriores da França declarou à imprensa que deixou claro a seus interlocutores, incluindo o presidente iraniano, Hassan Rohani, "os questionamentos incisivos da França sobre esses dois tópicos". "Nós discutimos muito claramente sobre todos os assuntos", insistiu Le Drian, acrescentando que a situação na Síria, e particularmente em Guta Oriental, havia sido abordada durante as negociações.

O Irã, aliado de Bashar al-Assad, ao lado da Rússia, expressou "sua profunda preocupação" pela situação humanitária no enclave rebelde a leste de Damasco, bombardeado pelas forças sírias e seus aliados, e manifestou "sua vontade de evitar essa catástrofe". Segundo Jean-Yves Le Drian, o diálogo com o Irã continuará: resta agora encontrar uma maneira de restaurar a estabilidade na região. “A França está determinada a ajudar a combater a crise humanitária na Síria, mas o Irã e a Rússia estão em contato direto com o regime local e têm a capacidade de intervir de maneira vigorosa”, afirmou o diplomata.

O programa balístico iraniano se encontra no centro de uma disputa verbal entre Paris e Teerã desde novembro de 2017, quando Emmanuel Macron se referiu a uma política nuclear que " está fora de controle”.

Tentativa de salvar o acordo nuclear iraniano de 2015

Em Teerã, o chanceler francês teve reuniões com Ali Shamkhanin, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional e personalidade política muito próxima ao poderoso aiatolá Ali Khamenei. Ele conversou também com seu homólogo iraniano, Mohammad Javad Zarif, além do presidente Hassan Rohani. A entrevista com o presidente do Parlamento do Irã, no entanto, foi cancelada, sinal do relacionamento ainda tenso entre Paris e Teerã, segundo uma fonte diplomática.

Shamkhanin recebeu o chanceler francês em uniforme, fato raro na diplomacia iraniana em encontros com líderes europeus, o que determinou com clareza o tom mais duro das negociações. Citado pela agência de notícias ISNA, ele reafirmou que o programa nuclear iraniano, que preocupa os Estados Unidos e a França, inscrevia-se numa política de defesa de seu país e que não constituía uma ameaça ao acordo de 2015. Ele disse ainda que as lideranças europeias se enganam quando “fazem concessões” a Donald Trump.

Sobre a manutenção do acordo nuclear iraniano, Le Drian declarou que a França se encontra “totalmente alinhada” ao processo, e que chegou mesmo a diminuir sanções comerciais, “permitindo uma retomada dos negócios entre França e Irã”. “É necessário fazer tudo para que este acordo histórico seja mantido”, concluiu o chanceler francês.

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