França vive epidemia de sarampo; ministra pede que população se vacine
A ministra francesa da Saúde, Agnès Buzyn, pediu nesta quarta-feira (14) que a população se vacine contra o sarampo para controlar a epidemia que atinge o país desde novembro, principalmente na região oeste. A imunização, apesar de recomendada, só se tornou obrigatória neste ano.
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Em três meses, foram registrados 387 casos. Uma mulher de 32 anos, que não foi vacinada, morreu no hospital de Poitiers, no centro-oeste da França, no fim de semana. Em quatro dias, 10 casos foram registrados. “As pessoas mais vulneráveis, que não podem ser vacinadas hoje, sofrem com a falta de adesão à vacinação, que ajuda disseminar o vírus”, disse a ministra. De acordo com ela, no sudoeste, a taxa de imunização é de cerca de 70%, o que é “totalmente insuficiente” para barrar o vírus.
A vacina contra o sarampo se tornou obrigatória na França no dia 1° de janeiro para as crianças menores de 2 anos. Nos casos mais graves, a doença provoca complicações respiratórias e neurológicas. De acordo com a ministra da Saúde, praticamente todos os casos foram registrados em pessoas que não foram imunizadas ou que receberam apenas uma dose em toda a vida. Em dez anos, 21 pessoas morreram vítimas da doença na França.
“Todas as crianças e jovens adultos deveriam se vacinar contra o sarampo. É uma vacinação eficaz, que protege da doença em quase 100% dos casos depois de duas doses da vacina”, explica o comunicado da Vigilância Sanitária francesa. O documento também alerta sobre o alto potencial de contaminação do vírus: uma pessoa pode passar a doença para outras 20.
Mãe de vítima diz que filha pegou doença no Pronto-Socorro
Yolande, mãe de Jéssica Riquelmé, a única vítima fatal na França, disse à rádio France Info que sua filha, que saia pouco de casa por conta da obesidade, provavelmente pegou a doença enquanto esperava atendimento no Pronto-Socorro. “Quando chegamos, tinha uma epidemia de sarampo, com várias crianças sentadas em cadeiras de roda, e muita gente contaminada”, disse. No hospital, declarou a mãe da vítima, não havia medidas de prevenção. Muitos empregados do hospital estavam sem máscaras de proteção, diz.
"Quando eu soube que estava com sarampo, liguei para a escola de meu neto, para o hospital onde estava hospitalizado o pai de Jéssica e para todas as pessoas com quem ela tinha contato", afirma a mãe da jovem. Ela explicou que Jéssica não foi vacinada porque na época, entre 1980 e 1986, quando a menina nasceu, a vacina tríplice viral, contra sarampo, rubéola e caxumba não era mais obrigatória. “O que ouvíamos era que o sarampo havia sido erradicado”.
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