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França

Ex-estrela da TV, ministro francês é acusado de estupro em revista semanal

Uma reportagem da revista semanal Ebdo, que chegou às bancas nesta sexta-feira (9), aponta o envolvimento do ministro francês da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, em assédio sexual e numa queixa por estupro, registrada em uma delegacia da cidade de Saint-Malo (noroeste) em 2008. O Ministério Público arquivou a denúncia. Hulot nega as acusações e condena o que considera ser um "rumor venenoso" destinado a atingir sua reputação.

O ministro da Transição Ecológica da França, Nicolas Hulot.
O ministro da Transição Ecológica da França, Nicolas Hulot. REUTERS/Charles Platiau
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A reportagem causou surpresa na França, pois o ecologista, ex-apresentador de televisão, é uma das personalidades mais populares do país. Pilar do governo de Emmanuel Macron, ele chegou a ser cotado como candidato às eleições presidenciais de 2017. Para Nicolas Hulot, a acusação de estupro é "ignominiosa". Em entrevista à televisão francesa nesta quinta-feira (8), o ecologista de 62 anos negou ser autor de qualquer agressão sexual e descartou a possibilidade de renunciar.

O ministro é uma das figuras mais populares do governo Macron, célebre por sua política mais à esquerda e que se destaca dos centristas no poder. Sua principal vitória neste primeiro ano liderando a pasta da Transição Ecológica foi o abandono do controverso projeto de construção do aeroporto de Notre-Dame-des-Landes. Hulot também se tornou célebre pela luta contra a prolongação da licença do herbicida glifosato na Europa.

Denúncias de assédio respingam na classe política

As denúncias de assédio sexual se multiplicaram na França com a criação do movimento #BalanceTonPorc (Entregue Seu Porco), na sequência da onda de acusações contra o produtor americano Harvey Weinstein. Diversas personalidades de todos os setores vêm sendo visadas, mas ninguém imaginaria que o "bom-moço" do governo Macron, célebre ex-apresentador do canal Ushuaia, também fosse acusado.

Os rumores começaram a circular nas redações francesas nesta semana, depois que vazou a informação sobre a matéria da revista Ebdo. O texto deve citar dois casos nos quais o ministro estaria envolvido.

Segundo a rádio Europe 1, que teve acesso à investigação realizada pela Ebdo, o primeiro caso envolve uma ex-funcionária de uma Ong do ministro, a Fundação Hulot, hoje assessora na Assembleia Nacional. A segunda denúncia vem de uma mulher, neta de um importante político francês que não teve o nome revelado. Ela acusa Hulot de estupro, uma agressão que teria acontecido em 1997, quando a suposta vítima tinha 20 anos, mas que só foi registrado em um boletim de ocorrência em 2008.

O ministro nega ser responsável pelas agressões, apesar de estar a par da queixa feita pela jovem em 2008. Segundo Hulot, a relação sexual foi consentida e a mulher era maior de idade na época. "Evidentemente, não há nada que me faça sentir culpado", alegou.

Presidente e premiê franceses defendem ministro

Hulot recebeu apoio do primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, e do presidente Emmanuel Macron. Em comunicado assinado pelo chefe de Estado, o Palácio do Eliseu descarta qualquer possibilidade de demitir o ecologista sem um indiciamento judicial. Já o premiê francês declarou que não "há motivos para duvidar da palavra" de Hulot.

O ecologista garante que não renunciará, a não ser que o caso prejudique sua família. "São eles que vão guiar minha decisão", afirmou, em entrevista à BFM TV.

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