Desafiamos a chef brasileira Rosilene Vitorino a sugerir uma ceia de Natal saborosa para os veganos. Ela já passou pelo restaurante da Embaixada Brasileira de Paris e agora está à frente do Niébé - que propõe uma homenagem à cozinha brasileira e escrava, na capital francesa. Com sua culinária repleta de miscigenação e identidade, a chef garante que é possível preparar pratos apetitosos para as festividades natalinas.
(Para ouvir a entrevista com Rosilene Vitorino na íntegra, clique na foto acima)
“A cozinha vegana é imaginação. Por exemplo, para a farofa, a gente pode colocar margarina, frutas secas e ela vai ficar deliciosa.” Para acompanhar o prato, Rosilene sugere o seitan, uma espécie de carne de glúten. “Ele precisa ser de boa qualidade para ser bom.”
Achef brasileira sugere também receitas como o bobó para a ceia de Natal. “Acompanhado de arroz negro, com tofu. Eu gosto muito de usar o tofu defumado”, ensina Rosilene Vitorino.
Mesa farta, mas sem produtos de origem animal
Sobre o clichê de uma mesa de Natal adornada com aves e pernis como pratos principais, a chef garante que é possível fazer uma boa apresentação do menu vegano. “Isso é uma questão de bom gosto. Você pode colocar o creme de mandioca debaixo do arroz negro e enfeitá-lo com tofu e adicionar algumas ervas para dar um toque. São várias propostas, é uma questão de imaginação.”
Rosilene Vitorino recomenda como entrada dadinhos de tapioca. “Ao invés de colocar o leite, insira o leite de soja. No lugar do queijo, você coloca o inhame. Pode fazer uma mousse de chocolate vegana. Não precisa colocar os ovos. A água do grão de bico, se for batida, vira clara em neve, ensina.”
No Brasil, como no mundo todo, vem crescendo o número de veganos. Mas o valor de determinados produtos de origem não-animal ainda é elevado. A dica da especialista é preparar os alimentos.
“Você pode fazer bife, por exemplo, utilizando feijões, vermelho ou preto. É só bater bem. Você pode colocar com grão de bico. Se você adiciona um pouquinho de suco de beterraba e já vai dar um aspecto de carne. A cozinha vegana tem que ter imaginação. Se você pensar que vai comer só aquela coisa crua e só legumes não vai dar vontade”, argumenta a chef brasileira.
Feijoada vegana faz sucesso em Paris
O Niébé, restaurante onde Rosilene Vitorino trabalha, tem como um dos carros-chefe, a feijoada vegana. “Eu sempre quis mostrar para as pessoas que o que a gente faz no Brasil é bom e de qualidade. A vantagem que eu tenho neste restaurante é de unir as pessoas. Que elas possam comer vegano ou não. Os produtos que vão na feijoada, a maneira como você faz, vai valorizar o prato. Minha feijoada vegana não é feita com legumes. Eu utilizo o feijão preto, salsicha de tofu, o bife de glúten para substituir a carne de porco. A minha satisfação foi ouvir de um brasileiro que não percebeu que a feijoada era vegana”, comemorou a chefe brasileira.
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