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Libération pede ação da Justiça após onda de denúncias de agressões sexuais

Os escândalos de assédio e agressões sexuais voltam a ocupar a primeira página dos jornais franceses desta quarta-feira (15). Libération revela um novo caso na França, desta vez envolvendo o Partido Socialista francês. O jornal progressista pede, após a onda de denúncias, provocada pelo escândalo Weinstein, que a Justiça aja.

Capa do jornal francês Libération desta quarta-feira, 15 de novembro de 2017.
Capa do jornal francês Libération desta quarta-feira, 15 de novembro de 2017. DR
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Oito mulheres quebraram a lei do silêncio na França e acusam o ex-presidente do Movimento Jovens Socialistas (MJS), Thierry Marchal-Beck, de agressões sexuais. Elas são militantes ou funcionárias do partido e fazem acusações graves.

Libération afirma que muitos integrantes do MJS tinha conhecimento do comportamento inadequado de Thierry Marchal-Beck, mas preferiram se fazer de desentendidos. Os fatos aconteceram entre 2010 e 2014. Impulsionadas pela onda provocada pelo escândalo Weinstein, as jovens socialistas resolveram falar para que as coisas mudem e para que se pare de pensar que o assédio sexual é um comportamento exclusivo de homens políticos maduros.

Defensor feminismo

Memo se os crimes já prescreveram, as vítimas do ex-presidente da Juventude socialista ainda têm medo de represálias e foram identificadas pelo jornal com nomes falsos. Marchal-Beck dirigiu o movimento de 2011 a 2013. Ele também foi assessor do ex-candidato socialista à presidencial de 2017, Benoît Hamon. O pior é que o jovem líder, hoje com 32 anos, fez sua carreira no PS defendendo a ecologia e o movimento feminista, critica o jornal.

Procurado por Libération, TMB, como ele é conhecido, se disse perplexo e se recusou a responder as perguntas do jornal que, segundo ele, seriam distorcidas. Mas o jovem socialista adiantou que está a disposição da justiça.

Em seu editorial, Libération afirma que “cada dia que passa estamos medindo o tamanho do terremoto provocado no mundo pelo escândalo Weinstein. Sobretudo, estamos sentindo o tamanho da pressão machista exercida sobre as mulheres no cotidiano, uma pressão que provoca insegurança e impede com frequência a ascensão social delas”.

O jornal lembra que, na França, os escândalos de assédio sexual sacudiram principalmente o mundo político, a começar pelo caso de Dominique Strauss-Kahn, o ex-chefe do FMI, que evidenciou o que acontece quando um homem de poder cruza o caminho de uma mulher que ocupa uma posição inferior. As mulheres finalmente começaram a denunciar esses crimes, e agora “cabe agora à Justiça agir”, pede Libération.

Usina de sonhos de Hollywood abalada

Em sua matéria de capa, Le Figaro destaca a tormenta que vive Hollywood após o escândalo Weinstein. A queda do poderoso produtor americano, e a enxurrada de revelações de abusos sexuais que ela provocou, arranham a imagem da “mística usina de sonhos” da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. O jornal conservador batizou o caso de "sexgate".

Para tentar evitar os prejuízos, os estúdios americanos agiram com uma rapidez e gravidade inéditas, banindo os envolvidos em escândalos e até apagando a imagem de atores em filmes, como Kevin Spacey que vai desaparecer do último filme de Ridley Scott.

Um especialista de cinema entrevistado pelo diário afirma que, assim como a sociedade americana, o sistema hollywoodiano é profundamente machista. "Hollywood perdeu a revolução feminista", garante Antoine Sire.

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