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França

Falta de democracia: Militantes do partido do governo Macron vão deixar a legenda

Uma centena de afiliados ao partido “A República em Marcha (LREM)" do presidente francês Emmanuel Macron, ameaça deixar a legenda. Os militantes e alguns eleitos denunciam a conduta política e alegam falta de democracia dentro do partido. As informações foram publicadas nesta terça-feira, 14, em um fórum do site Franceinfo. Os autoproclamados "100 Democratas" estão insatisfeitos com falta de diálogo entre os membros da legenda. A crise interna no partido do presidente Macron, que completou seis meses no poder, foi inflamada após a nomeação do presidente do LREM.

Christophe Castaner, novo presidente do partido LREM
Christophe Castaner, novo presidente do partido LREM REUTERS/Philippe Wojazer
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A partida deve ser formalizada em um documento que será entregue na sexta-feira, 17, na sede da LREM em Paris. A data é véspera do conselho nacional do partido que vai oficializar como presidente da legenda o Secretário de Estado do Primeiro Ministro, encarregado das Relações com o Parlamento e porta-voz do Governo, Christophe Castaner. Ele é o único candidato ao cargo.

Arrogância e falta de diálogo

Comentários irônicos mostram a insatisfação dos militantes com o novo presidente da legenda, que acumula várias funções dentro do governo. “A próxima coroação de Christophe Castaner deixa pouca esperança aos ativistas que clamam por democracia.” Outro afiliado denuncia que “uma representatividade muito fraca da base militante não permite liberdade de opinião e expressão, nem crítica interna do poder contra seus próprios abusos".

Os militantes alegam que não podem "continuar em um movimento sem uma linha política que não tenha pilares da democracia, que negou arrogantemente e desdenhosamente a inteligência das pessoas."

386 mil em marcha

Na sede de “A República em Marcha”, em Paris, os partidários só irão se manifestar após o recebimento do comunicado oficial. Apesar dessas centenas de partidas, o LREM passou de 166 mil associados para 386 mil membros desde que Macron chegou ao poder, em maio deste ano.

"Existe uma minoria que gostaria que o movimento fosse diferente e, ao mesmo tempo, existem milhares de pessoas que querem fazer parte dele", disse um funcionário do partido à agência de notícias Reuters.

Manobra interna

O deputado do LREM Florian Bachelier julga por sua vez "saudável" este começo da luta militante. "O partido está respirando, isso é democracia”, disse ele a jornalistas nos corredores da Assembleia Nacional.

"Há um conjunto de regras que votamos, uma agenda, estamos configurando o partido”, alegou o deputado.

A nomeação do atual Secretário de Estado do Primeiro Ministro, encarregado das Relações com o Parlamento e porta-voz do Governo, deverá ser a ocasião de uma pequena remodelação da equipe do Primeiro-Ministro Edouard Philippe. Segundo especialistas, uma dos possíveis manobras seria remover Christophe Castaner do posto de único porta-voz do governo.

 

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