Ativistas do Greenpeace são detidos na França após disparar fogos em usina nuclear
Oito ativistas do grupo Greenpeace foram detidos após invadirem a central nuclear de Cattenom, no leste da França, na fronteira com Luxemburgo. Eles dispararam fogos de artifício para alertar sobre a vulnerabilidade das instalações nucleares do país a ataques terroristas.
Publicado em:
Taíse Parente, em colaboração para a RFI
Na terça-feira (10), um relatório encomendado pela própria Ong havia denunciado as fragilidades no sistema de segurança das centrais francesas, particularmente das piscinas onde os combustíveis usados são armazenados. Situadas em áreas externas, as piscinas de resfriamento não seriam tão bem protegidas quanto os reatores. Segundo especialistas, caso a água evapore, o combustível pode se aquecer e liberar grande parte de sua radiotividade no meio ambiente.
A empresa EDF, responsável pelo parque nuclear francês, afirmou que as centrais do país são bem protegidas e declarou que a invasão, que aconteceu por volta das 5h30 (00h30 no horário de Brasília), foi detectada imediatamente. A empresa também negou que os militantes tenham conseguido chegar a uma área de risco. Para a EDF, não houve impacto sobre a segurança das instalações.
A ação, no entanto, sobressaltou o país vizinho. A ministra do Meio Ambiente de Luxemburgo, Carole Dieschbourg, disse ter ficado extremamente preocupada com o que ela considera serem "lacunas flagrantes" no sistema de segurança.
Apesar de esta ser a primeira vez que militantes da ONG Greenpeace entram na central de Cattenom, o grupo tem usado este tipo de ação para alertar contra a falta de segurança nas instalações nucleares francesas nos últimos 30 anos. Isso, mesmo depois de o Parlamento francês ter aumentado a penalidade para esse tipo de crime em 2015.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro