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França

Funcionalismo francês faz greve contra reformas de Macron

A greve do funcionalismo contra as reformas do presidente francês, Emmamnuel Macron, é a principal manchete dos jornais desta terça-feira (10). Cerca de 5,4 milhões de servidores públicos são chamados para sair às ruas e protestar contra medidas consideradas "inaceitáveis" pelos sindicatos.

Os jornais franceses desta terça-feira (10) destacam a greve do funcionalismo contra as reformas do governo Macron.
Os jornais franceses desta terça-feira (10) destacam a greve do funcionalismo contra as reformas do governo Macron. Eric FEFERBERG / AFP
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Pela primeira vez em dez anos, as nove centrais sindicais do país estão unidas na mobilização, destaca o jornal Le Monde. O diário aponta uma forte adesão de professores e servidores dos hospitais públicos desde as primeiras horas da manhã. Segundo o jornal, a metade dos professores declarou que não iria trabalhar. "Nos hospitais, os médicos vão apoiar enfermeiros e outros agentes de saúde contra a degradação das condições de trabalho", informa a publicação. Os profissionais da saúde denunciam o "estrangulamento financeiro" imposto pelo Estado aos hospitais públicos.

Le Figaro aponta os cinco aspectos mais contestados das reformas: a extinção de 120 mil postos no funcionalismo até o fim do mandato de Macron; o congelamento dos salários em 2018; o aumento da contribuição social chamada CSG, descontada dos salários dos servidores; a introdução de um novo sistema de remuneração com base no mérito, um mantra de Macron; a extinção da falta abonada, adotada em alguns serviços públicos no Brasil.

Funcionários públicos são bem tratados, estima Le Figaro

Em seu editorial, Le Figaro, jornal de tendência conservadora e favorável a reformas que diminuam as despesas públicas, questiona se o funcionalismo francês é de fato maltratado. "Não é o que mostram os números oficiais", replica o diário. "Por uma magia do sistema opaco e complexo de gratificações e bônus, o poder de compra dos servidores franceses não parou de crescer nos últimos anos", argumenta Le Figaro, mesmo durante o período de 2010 a 2016 em que os salários de base ficaram congelados. "O governo promete compensar a alta da CSG; onde estaria, então, o escândalo", questiona o editorial, que também critica a falta de rigor nas contratações, que "só fizeram aumentar a massa salarial".

Sem citar números, o jornal comunista L'Humanité afirma que "os franceses apoiam cada vez mais as paralisações e manifestações contra os decretos de Macron que destroem o Código do Trabalho". O jornal estima que até 20 de novembro, quando o Parlamento irá ratificar os decretos, as centrais sindicais podem se unir ainda mais, mobilizando todas as categorias do setor público e privado, a fim de demonstrar o descontentamento de forma mais ampla.

O diário econômico Les Echos diz que Macron está preocupado com o aumento da mobilização sindical contra suas reformas e sobretudo com a greve de hoje. Enquanto os grevistas estiverem nas ruas, o primeiro-ministro estará discutindo as reformas com  estudantes, que costumam engrossar as greves, e Macron irá reunir deputados de seu partido (LREM) no Palácio do Eliseu.
   

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