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Moda/França

Primeiro museu Yves Saint Laurent abre para o público em Paris

Foi aberto ao público nesta terça-feira (3) em Paris o primeiro museu Yves Saint Laurent. O projeto, instalado no mesmo palacete onde o mestre da alta-costura atuou, será seguido de outro museu, inaugurado também no mês de outubro em Marrakech.

Primeira coleção assinada Saint Laurent, em 1962, após sua passagem pela maison Dior.
Primeira coleção assinada Saint Laurent, em 1962, após sua passagem pela maison Dior. RFI/Valérie Passelègue
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Pierre Bergé, o companheiro e sócio de Yves Saint Laurent, sempre disse que a moda “não é uma arte, mas precisa de artistas para existir”. No caso do estilista, que inventou o smoking para mulheres, mas também ficou conhecido por imaginar vestidos que reproduziam telas do pintor Piet Mondrian, a dimensão artística sempre esteve presente. E, seguindo essa lógica, nada mais justo do que dedicar um museu inteiro apenas ao trabalho de um dos nomes que marcou o vestuário feminino, ao lado de Chanel, Dior ou Balenciaga.

O palacete onde foi inaugurado o museu parisiense é repleto de história. O local, que já servia de sede para a fundação criada após a morte do estilista em 2008, foi o estúdio de criação de Saint Laurent desde 1974. Foi no mesmo prédio que, em 2002, o estilista declarou, com a voz trêmula, que havia decidido “dizer adeus a essa profissão que tanto amei”. Mesmo após ter entregue a direção artística de sua marca, que havia sido vendida ao grupo Gucci (que se transformou em PPR e atualmente em Kering), o mestre continuou a ir diariamente ao palacete, até uma semana antes de sua morte.

Andy Warhol e Mondrian reunidos em nome da moda

Quem visita o museu tem a impressão de que nada mudou desde que Saint Laurent deixou o local. Sua mesa de trabalho parece intacta, com seus livros e até mesmo seus óculos e as obras de artes que o cercavam continuam expostas, como o retrato realizado por Andy Warhol em 1974.

“Não se trata de um museu de moda. É um local de memória”, explica Olivier Flaviano, o jovem diretor da instituição. Mas para quem teme o lado meio mausoléu, é bom saber que o projeto não se resume a um relicário mórbido do estilista. As principais criações de Saint Laurent também são apresentadas, para o deleite dos fãs e estudantes de moda, e vídeos com entrevistas, além de arquivos com fichas técnicas completam o percurso.

Palacete onde foi instalado o museu Yves Saint Laurent, no n° 5 da avenue Marceau em Paris.
Palacete onde foi instalado o museu Yves Saint Laurent, no n° 5 da avenue Marceau em Paris. RFI/Valérie Passelègue

As peças ficarão expostas sob forma de uma retrospectiva até setembro de 2018, e em seguida o local vai organizar exposições temporárias (a primeira será “A Ásia dos sonhos de Saint Laurent”), intercaladas pela retrospectiva. O método foi adotado para que as criações não fiquem expostas muito tempo, evitando os efeitos da luz, da poeira e até mesmo das mudanças climáticas, verdadeiros inimigos invisíveis dos conservadores quando o assunto é expor moda em um museu.  

Dois museus e um único objetivo: preservar a memória de Saint Laurent

Além do palacete parisiense, abre suas portas dia 18 de outubro no Marrocos um segundo museu Yves Saint Laurent. O projeto de Marrakech, concebido pelo estúdio de arquitetura KO, parece uma miragem na cidade onde o estilista passou, com Pierre Bergé, boa parte de suas férias.

Os dois museus, aliás, foram a última aventura do empresário, que passou a sua vida, principalmente após a morte de Saint Laurent, valorizando o legado do companheiro que, para ele, encarnava a alta-costura. Bergé, que era uma das principais fortunas da França (sócio, por exemplo, do jornal Le Monde), conhecido também por sua ação como mecenas, dizia que, com o museu, queria “transformar lembranças em projetos”. Ele morreu no dia 8 de setembro, menos de um mês antes de ver seu sonho realizado.

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