Com novo plano orçamentário, os mais ricos podem pagar menos impostos na França
O governo francês anunciou nesta quarta-feira (27) sua primeira proposta orçamentária. O plano é composto de vários cortes nos gastos públicos, inclusive na Previdência Social. O programa também prevê a redução de diversos impostos.
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O ministro francês das Contas Públicas, Gérald Darmanin, confirmou a meta de realizar € 15 bilhões de economia nos gastos públicos. Desse total, € 7 bilhões viriam da redução do orçamento do Estado, € 3 bilhões das entidades regionais e € 5 bilhões da Previdência Social.
As áreas mais atingidas serão o sistema de trabalho – com uma drástica redução dos contratos subsidiados –, as ajudas às famílias mais pobres e os transportes, com o congelamento de grandes projetos de infraestrutura. O governo também prevê cortar 1.600 servidores públicos.
O objetivo é alcançar um déficit de 2,6% do PIB no final de 2018. Em troca, por meio de cálculo complexo, o governo prevê reduzir os impostos de parte da população num valor de € 10 bilhões durante o ano de 2018.
“Aumentar o poder aquisitivo”
Uma das principais críticas da oposição ao plano orçamentário é sobre a mudança do sistema do Imposto Sobre a Fortuna (ISF), uma taxa paga pelos mais ricos. Com o novo sistema, o cálculo desse encargo levará em conta apenas o patrimônio imobiliário dos contribuintes, isentando assim boa parte dos que atualmente pagam o ISF.
O ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, garantiu que o orçamento de 2018 vai beneficiar “todos os franceses, sem exceção, e não apenas os mais ricos”. Segundo ele, um dos principais objetivos do plano é contribuir para o aumento do poder aquisitivo. Para isso, uma medida também prevê a exoneração de um imposto equivalente ao IPTU das famílias mais pobres.
Salários mais altos terão menos impostos
Outra medida prevista no novo orçamento é a redução dos impostos sobre os salários mais elevados dos empregados do mundo das finanças. O objetivo é tornar a França mais competitiva para os grandes bancos internacionais, que atualmente preferem instalar suas filiais em países como Irlanda, Alemanha e Holanda.
Com todas essas mudanças, o governo espera alcançar um crescimento econômico de 1,7% em 2018. A lei do orçamento será debatida até o fim do ano no Parlamento francês.
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