Repórter francês é repatriado após ser preso por "terrorismo" na Turquia
O jornalista francês Loup Bureau pôde voltar à França neste domingo (17), após passar 51 dias preso na Turquia, sob a acusação de pertencer a uma organização terrorista. Há várias semanas o governo francês negociava a libertação do repórter com o regime turco.
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Loup Bureau, de 27 anos, desembarcou na manhã deste domingo no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Ele foi recebido pelos pais, a namorada e a ministra francesa da Cultura, Françoise Nyssen. Ao chegar à capital francesa, ele também conversou por telefone com o presidente Emmanuel Macron.
Logo após desembarcar, o repórter falou com jornalistas, a quem se disse "aliviado" por voltar à França. Bureau contou ter sido submetido a condições de detenção "complicadas", mas tudo mudou depois do início das negociações entre Paris e Ancara para que fosse repatriado. "A partir do momento em que o presidente Emmanuel Macron anunciou abertamente que trabalhava pela minha libertação, houve mudanças. Os policiais [da prisão onde estava detido] começaram a entender que eu realmente não era um terrorista", afirmou.
Preso por "terrorismo"
No total, o jornalista freelancer ficou preso durante 51 dias em Sirnak, no sudeste da Turquia, sob a acusação de pertencer a uma organização terrorista. Bureau foi detido em 26 de julho na fronteira turca com o Iraque, onde estava a trabalho.
Ao verificar seus pertences, as autoridades turcas encontraram fotos do jornalista em companhia de combatentes sírios das Unidades de Proteção do Povo (YPG). O movimento curdo-sírio é aliado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado como terrorista pelo governo turco.
Segundo os advogados de Bureau, as fotos datavam de 2013 e foram feitas quando o jornalista realizou uma reportagem sobre as condições de vida dos sírios durante a guerra. O material foi veiculado naquele ano pelo canal de televisão francês TV5 Mundo.
Turquia mantém 170 jornalistas presos
A situação de Bureau não é uma excessão: atualmente cerca de 170 jornalistas estão presos na Turquia, vítimas da repressão do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. O país ocupa o 155° lugar entre 180 nações que fazem parte do ranking da liberdade de imprensa da Ong Repórteres Sem Fronteiras.
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