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Um pulo em Paris

Franceses estão satisfeitos de conquistar JO de 2024 apesar dos riscos

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O presidente francês, Emmanuel Macron, abriu o salão de festas do Palácio do Eliseu nesta sexta-feira (15) para comemorar a escolha de Paris como cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024. Os ex-presidentes Nicolas Sarkozy, que começou a trabalhar a atual candidatura em seu mandato, e François Hollande, que foi de fato quem apoiou o projeto da prefeita socialista Anne Hidalgo, estiveram presentes, assim como a delegação olímpica francesa.

A primeira-dama Brigitte Macron avança na direção do salão de festas do Palácio do Eliseu, seguida pelo trio Sarkozy (à esquerda), Macron e Hollande (à direita).
A primeira-dama Brigitte Macron avança na direção do salão de festas do Palácio do Eliseu, seguida pelo trio Sarkozy (à esquerda), Macron e Hollande (à direita). REUTERS/Yoan Valat/Pool
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Paris quer celebrar em 2024 o centenário de sua segunda Olimpíada, realizada em 1924. Uma pesquisa recente mostrou que 75% dos franceses apoiam o projeto e 15 milhões de pessoas pretendem comprar ingressos para assistir as competições. O processo teve suspeitas de corrupção.

Claro que existem os críticos. Estudos mostram que desde 1984 nenhuma edição dos Jogos Olímpicos, tanto de verão quanto de inverno, foi rentável para os países. A França, que orçou inicialmente os Jogos de 2024 em € 6,2 bilhões, já recalculou sua projeção para € 6,8 bilhões. Desse total, € 1,5 bilhão virá dos cofres públicos.

A Olimpíada de Tóquio, em 2020, confirma a profecia da sangria financeira. Orçada em € 5 a € 6 bilhões, inicialmente, a conta dos japoneses já está em € 18 bilhões e pode chegar a € 26 bilhões, de acordo com estimativas recentes.

Maior parte da infraestrutura está construída

Em Paris, a maior parte da infraestrutura esportiva, cerca de 95% das instalações, já está construída e faz parte do patrimônio público usado diariamente pelos parisienses. Nos Jogos Olímpicos de 2024, as competições vão se espalhar pelos monumentos que já são cartões postais da capital francesa, como a Torre Eiffel e o Grand Palais. O que ainda não saiu do papel deve beneficiar a periferia.

A Vila Olímpica, o centro aquático e o centro de imprensa ainda serão construídos e ficarão fora de Paris, em Seine-Saint-Denis. Esse departamento fica a apenas 7 km do centro da capital, mas é o mais pobre da França. Os Jogos prometem revigorar a região e dar emprego à população local, formada majoritariamente por jovens descendentes de imigrantes.

O comitê organizador vai aproveitar o Stade de France, construído para a Copa do Mundo de 1998, para as provas de atletismo e as cerimônias de abertura e encerramento. Em torno dele, ficarão as instalações de outros cinco esportes (natação, polo aquático, tiro, badminton e vôlei) em pequenas comunidades urbanas.

O prefeito de Dugny, município de apenas 10 mil habitantes, está eufórico. A cidade vai acolher o centro de imprensa que depois será convertido em moradia popular. Nessa cidade, 60% da população depende da oferta de conjuntos habitacionais construídos pelo poder público para ter um teto.

Transportes: novas linhas de metrô

Os Jogos Olímpicos de 2024 também vão acelerar as obras do projeto Grand Paris Express, o prolongamento de 200 km de novas linhas de metrô (15, 16, 17 e 18) e a extensão das linhas 11 e 14. Serão 68 novas estações.

O novo metrô vai chegar até a Vila Olímpica e ao Stade de France, hoje servido por um trem de subúrbio (RER). Uma passarela sobre a rodovia adjacente ligará o estádio ao centro aquático. Em outra linha, a nova estação de metrô Aeroporto Le Bourget levará o público às quadras onde vão acontecer as provas de voleibol e badminton.

Após oito anos de crise financeira, aumento do desemprego e atentados terroristas em série, os franceses querem acreditar que os JO de 2024 podem transmitir uma outra imagem de Paris. O projeto teve preocupação ecológica, prega a inclusão social e o elogio à diversidade, bem representada no esporte francês. Quem sabe o pessimismo crônico dos parisienses faz uma pausa.

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