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Em Paris, ministro do STF Gilmar Mendes critica delações premiadas

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está em Paris nesta terça-feira (5) para tratar de questões relativas às eleições.

O ministro Gilmar Mendes na Embaixada do Brasil, em Paris
O ministro Gilmar Mendes na Embaixada do Brasil, em Paris Paloma Varón/RFI
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Ele concedeu uma entrevista à imprensa na sede da Embaixada do Brasil em Paris, onde falou sobre os modelos de propaganda eleitoral da França - muito mais simples do que o brasileiro -, comentou os novos rumos da operação Lava Jato e criticou o que chama de "desinstitucionalização completa" da Procuradoria Geral da República (PGR).

A rixa entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cujo mandato se encerra no próximo dia 17, e o ministro Gilmar Mendes é antiga e continua rendendo ataques de ambos os lados.

No último dia 21 de agosto, Janot pediu a suspeição de Mendes para julgar o caso Barata Filho. O procurador pediu que todas as decisões tomadas por ele sejam anuladas. O pedido de suspeição e de anulação de todas as decisões será analisado pela presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia.

Tomado por delírios

Por sua vez, Mendes, ao comentar os novos áudios da JBS, se referiu ao procurador como alguém tomado por delírios, que teriam sido alimentados, entre outros, pela mídia: "Se há um erro do Supremo foi não ter colocado limites aos delírios do Janot", declarou.

"Eu tenho a impressão de que o Janot tenta trazer o Supremo para auxiliar nesta 'Operação Tabajara'", disse, ainda sobre as delações premiadas, que ele considera "a revelação de um desastre".

Para ele, o processo das delações foi mal conduzido desde o início, a "crônica de uma morte anunciada".

"Estão usando a delação premiada para outras finalidades: vingança política, delírios políticos...", acrescentou, denunciando o que ele considera relações promíscuas entre delatores e a PGR.

"Você não pode cometer um crime para combater outro crime", disse. Para ele, o Brasil passa por um "quadro de desinstitucionalização".

Relações naturais

Quando questionado sobre as suas relações com os julgados, ele disse que são relações naturais e que isso em nada influi no julgamento. "É preciso fazer uma distinção."

Mendes afirmou que, apesar dos métodos utilizados, a Lava Jato traz uma grande contribuição para o país. E que o Supremo estaria acima do que ele chama de "delírios da Procuradoria", como "a tentativa de dirigir as delações" e, de novo, do que ele considera "desinstitucionalização completa".

Mendes integra a segunda turma do Supremo que será responsável pela maioria dos inquéritos de políticos investigados na Lava Jato.

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