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Para escapar do calor na França, turistas fogem para as cavernas

Durante a onda de calor que atinge o sudeste da França, mais e mais turistas buscam se refrescar nas cavernas, onde as temperaturas podem chegar a 12 graus. As grutas da região tiveram o número de visitantes aumentado em até 20% e algumas até aproveitam o calor para anunciar nas redes sociais.

Turistas visitam caverna em Ardèche
Turistas visitam caverna em Ardèche Fédération Française Spéléologie - ADT07
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“Os visitantes dizem ser uma alegria sentir este clima naturalmente fresco”, diz Linda Benini, encarregada de clientela da caverna de Saint-Marcel, em Ardèche. “Faz 14 graus lá dentro e os turistas querem mais”, afirma.

A visita de suas enormes salas e cascatas únicas na Europa dura uma hora e vai até 150m de profundidade. "Desde o início da onda de calor, há um aumento de pelo menos 10% do número de visitantes. Eles chegam na abertura e ficam até o final da tarde. Há franceses, mas também muitos estrangeiros", diz Benini.

Na caverna de La Madeleine, em Saint-Remèze, tem acontecido o mesmo. "Neste momento, existem ainda mais pessoas, mas atendimento ainda é alto em todo verão, com 400 a 600 pessoas por dia, em média, chegando a picos de 700 a 1.100 entre final de julho a meados de agosto", observa o administrador do local, Frédéric Giordan.

Passeio pela gruta de La Balme na região da Auvergne-Rhône-Alpes

Lyon, 38 graus

A 40 km de Lyon, onde os termômetros chegaram a 38 graus, as cavernas de Balme não hesitam em ostentar o seu frescor. "Quando chegamos a temperaturas como estas, nós aproveitamos e comunicamos nas redes sociais e no nosso site a temperatura das cavernas: de 12 a 15 graus durante todo o ano", disse seu diretor Jean-Michel Colomb.

Ainda é cedo, segundo ele, para dar uma estimativa do impacto da onda de calor atual. Mas, durante a onda de calor em junho, o atendimento aumentou em 20%, segundo ele. O local acolhe no verão cerca de 550 pessoas por dia, em média. Com esta nova onda de calor "podemos esperar um aumento relevante", disse Colomb.

Em Auvergne também faz muito calor, mas a caverna da pedreira de Volvic (Puy-de-Dôme) exibe a temperatura de 10 a 12 graus durante todo o ano. "Visitar a caverna é um passeio apreciado pelos turistas, tanto nestes tempos de calor elevado como em caso de chuva", disse a oficial de comunicações do local, Nathalie Tixier. “Os turistas vêm se abrigar (do sol ou da chuva) e desertam dos lagos da região, acrescenta.

Na Ásia, a situação pode ficar ainda mais crítica

Banhistas espantam o calor jogando mahjong dentro de piscinas
Banhistas espantam o calor jogando mahjong dentro de piscinas REUTERS/Stringer

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (2) pela revista Science Advances alerta que o sul Asiático, onde mora um quinto da população mundial, pode ser afetado por aumentos de ondas de calor úmido até o final deste século, chegando a níveis incompatíveis com a vida humana, caso nada seja feito para conter o aumento da temperatura global.

O estudo advertiu sobre "ondas de calor do verão com níveis de calor e umidade que excedem o que os seres humanos podem suportar sem proteção" e disse que podem vir a matar mesmo pessoas saudáveis.

A pesquisa se baseia em dois modelos climáticos. Um é um cenário de continuidade no qual pouco é feito para conter as mudanças climáticas, e o segundo visa limitar o aumento da temperatura bem abaixo de dois graus Celsius, como prometido em 2015 por mais de 195 nações no Acordo de Paris sobre o clima.

Limite de sobrevivência

Os termômetros chegaram a marcar 40° na cidade de Ajaccio, na Corsega.01/08/17
Os termômetros chegaram a marcar 40° na cidade de Ajaccio, na Corsega.01/08/17 PASCAL POCHARD-CASABIANCA / AFP

O estudo é o primeiro de seu tipo a olhar não apenas para as temperaturas, mas para a previsão de "temperatura de bulbo úmido", que combina temperatura, umidade e a capacidade do corpo humano de se resfriar. O limite de sobrevivência é considerado de 35 graus Celsius.

Em um cenário de continuidade, "a projeção é que as temperaturas de bulbo úmido se aproximem do limite de sobrevivência na maior parte do sul da Ásia e o excedam em alguns locais, até o final do século", disse o estudo.

 

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