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França/Líbia

França vai criar centros de triagem na Líbia para candidatos ao asilo

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou nesta quinta-feira (27) que vai criar, no território líbio, centros de triagem para os candidatos a asilo. A iniciativa visa impedir que os migrantes que não forem considerados refugiados desembarquem na França. 

Emmanuel Macron anunciou criação do centro de triagem na Líbia durante evento em Orléans
Emmanuel Macron anunciou criação do centro de triagem na Líbia durante evento em Orléans Michel Euler / POOL / AFP
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"A ideia é criar 'hotspots' na Líbia, a fim de evitar que as pessoas assumam riscos loucos quando não forem elegíveis para asilo”, explicou o presidente francês. “Vamos procurar essas pessoas”, continuou o chefe de Estado, que prevê a criação dos centros a partir deste verão (no hemisfério norte).

“Os demais países europeus têm se mostrado muito relutantes [à iniciativa]. Tentaremos fazer junto com a Europa, mas a França o fará de qualquer maneira", garantiu Macron durante visita a um abrigo de refugiados em Orléans, no centro da França.

O presidente reafirmou sua vontade de acelerar o processo de tratamento dos pedidos de asilo dos migrantes. O governo quer reduzir de 18 para 6 meses o prazo estipulado para definir quem pode continuar no território francês. 

Macron também informou seu desejo de enviar funcionários do Escritório Francês para a Proteção de Refugiados e Apátridas (Ofpra, na sigla em francês) aos centros de controle de migrantes na Itália e na Líbia. Ele se referiu ainda à possibilidade de criação de centros de controle de requerentes de asilo no Níger.

Ao esclarecer as declarações do presidente, o Eliseu indicou ainda que a criação desses centros "deve cumprir as condições de segurança", o que não é o caso atualmente. "O objetivo é realizar uma análise preliminar das solicitações, em vez de deixar que as pessoas atravessem o Mediterrâneo, colocando suas vidas em perigo", apontou a Presidência.

Líbia é ponto de passagem de migrantes ilegais para Europa

O anúncio de Macron é feito dois dias depois de o presidente ter recebido em Paris dois líderes de facções rivais líbias que disputam o poder. Ambos concordaram com um cessar-fogo e com eleições que podem ser realizadas já no próximo ano.

Seis anos após a queda do líder líbio Muammar Kadafi, o país, dilacerado por disputas de poder e pela violência, tornou-se o principal ponto da imigração ilegal para a Europa. Desde o início de 2017, mais de 100 mil migrantes atravessaram o Mediterrâneo, partindo da costa da Líbia, para chegar à Europa, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Mais de 2.300 morreram afogadas nessa tentativa de travessia, de acordo com o mesmo organismo.

(Com informações da AFP)

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