Pesquisa aponta injeção mensal como futuro do tratamento contra o HIV
Uma injeção por mês poderá substituir os comprimidos antirretrovirais como tratamento contra o HIV no futuro. É o que aponta um estudo publicado apresentado nesta segunda-feira (24) na 9° Conferência de Pesquisas sobre a AIDS, que começou neste domingo (23) e vai até quarta-feira (26) em Paris.
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No total, 230 pacientes portadores do HIV participaram da pesquisa, todos com carga viral indetectável. Durante quase dois anos, os participantes receberam duas moléculas de antirretrovirais.
O resutado é que 87% dos pacientes que receberam a dose mensalmente não apresentaram novos sintomas. Hoje os soropositivos devem consumir diariamente os medicamentos para evitar o desenvolvimento do vírus no corpo e novas infecções.
A primeira molécula injetada, cabotegravir, foi desenvolvida pela ViiV Healthcare, uma filial do laboratório GSK, Pfizer e Shionogi, especializado em HIV. A segunda, rilpivirine, ficou nas mãos de Janssen, do grupo Johnson e Johnson. As duas empresas estabeleceram uma aliança para a fabricação do “primeiro tratamento injetável de ação prolongada contra o HIV".
Para Paul Stoffels, diretor científico da Johnson e Johnson, essa seria uma “alternativa eficaz e aceitável para todas as pessoas com carga viral indetectável e que sofrem para manter um tratamento oral cotidiano para controlar o vírus”.
Inconvenientes da injeção
Já o professor Mark Boyd, da Universidade de Adelaide na Austrália, diz que os pacientes deverão escolher entre livrar-se do tratamento diário e seus efeitos colaterais e o desconforto da injeção: a maioria dos participantes do estudo relatou dores no local da picada e alguns sofreram de diarreia e cefaleia.
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