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Justiça francesa indicia Marine Le Pen por desvio de verbas

A presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN) foi indiciada nesta sexta-feira (30), sob a acusação de abuso de confiança na investigação sobre os salários de assistentes parlamentares dos deputados de seu partido.

Marine Le Pen no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em janeiro de 2017
Marine Le Pen no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em janeiro de 2017 REUTERS/Christian Hartmann
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Convocada no início da tarde desta sexta-feira ao setor financeiro do tribunal de grande instância de Paris, Marine Le Pen foi indiciada por “abuso de confiança na qualidade de deputada do Parlamento Europeu entre 2009 e 2016" pela suposta utilização de fundos do Parlamento para o pagamento de membros de seu partido sem qualquer relação com a instituição.

"Em coerência com sua posição durante a campanha presidencial, Marine Le Pen compareceu hoje à convocação dos juízes que a indiciaram, como estava previsto”, afirmou seu advogado, Rodolphe Bosselut, completando que ela entrará com um recurso a partir de segunda-feira (3) contra este indiciamento que, a seus olhos, viola o princípio da separação dos poderes.

Até então, a presidente da Frente Nacional, que atualmente é deputada no Parlamento Francês, havia recusado encontrar os juízes. Ela havia usado a sua imunidade de eurodeputada para rejeitar uma primeira convocação, em 10 de março, quando se encontrava em plena campanha presidencial. Em seguida, Le Pen indicou que iria responder favoravelmente à convocatória após as eleições presidenciais e legislativas.

Sistema generalizado?

Os juízes procuram determinar se o partido de extrema direita criou um sistema generalizado de pagamento de seus membros com créditos europeus, depositando-lhes salários como se fossem assistentes de seus deputados, mas sem que o seu trabalho tivesse uma conexão com as atividades de Parlamento Europeu.

Marine Le Pen estava entre os 17 representantes da FN no Parlamento, junto com seu pai, Jean-Marie Le Pen, e seu marido, Louis Aliot, incluídos no inquérito aberto na França em 2015, abrangendo 40 assistentes. O dano ao Parlamento Europeu equivaleria a quase 5 milhões de euros (quase 19 milhões de reais) entre 2012 e 2017, de acordo com dados da instituição europeia.

Na sequência de uma denúncia de uma deputada da FN, Sophie Montel, o promotor de Paris também abriu uma investigação preliminar em março por "abuso de confiança", visando19 deputados franceses de outros partidos, incluindo seis do partido centrista MoDem, presidido por François Bayrou e parte da base aliada do presidente Emmanuel Macron.

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