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Imprensa

Imprensa francesa especula possibilidade de Reino Unido desistir do Brexit

Os jornais franceses desta sexta-feira (23) se concentram em dissecar os bastidores da cúpula europeia, realizada em Bruxelas, na Bélgica, onde as negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) não são o principal objetivo, mas acabaram dominando as discussões.

Capa do jornal Libération desta sexta-feira (23).
Capa do jornal Libération desta sexta-feira (23). Reprodução
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"E se o Reino Unido não deixasse a Europa": é a manchete de capa do jornal Le Figaro. "Um ano após o referendo sobre a saída da UE, a primeira-ministra Theresa May está marginalizada diante dos líderes europeus, que evocam a hipótese de o país permanecer no bloco", escreve o diário.

Le Figaro publica que, no primeiro dia da cúpula em Bruxelas, na quinta-feira (22), a premiê foi obrigada a resumir rapidamente, em um espaço de meia hora, no que a sua derrota nas eleições legislativas, no início deste mês, mudaria os rumos do Brexit: "uma verdadeira humilhação", classifica o diário.

O jornal explica que se tivesse vencido a votação, May chegaria à Bruxelas com legitimidade reforçada para negociar com os países do bloco. Mas o contrário aconteceu. Agora, entre o prometido "Brexit duro" que virou "leve", depois das eleições, todos perderam o rumo, publica Le Figaro.

Em editorial, o diário ironiza: "E, então, esse Brexit vai acontecer? Vai ser duro, semi-duro, mole, semi-mole?". Brincadeiras à parte, o essencial, diz o jornal, é que no meio desse nevoeiro os europeus não deixem de enxergar seu próprio caminho.

UE nunca esteve tão coesa

O jornal Libération é mais radical e considera que Theresa May não está mais em posição de negociar com os líderes europeus. Enfraquecida pelo resultado das eleições legislativas, extremamente criticada pelo desastre do incêndio na Grenfell Tower, ela chegou em desvantagem à Bruxelas. "Nada nos convence que ela vai dirigir o país até o dia 29 de março de 2019, data oficial da saída do Reino Unido da União Europeia", escreve Libération. A vantagem, segundo o jornal, é que a União Europeia nunca pareceu tão coesa que após a decisão dos britânicos pelo Brexit.

Libé também evoca a possibilidade de Theresa May dar meia-volta. O jornal escreve que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ao ser questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de permanência do Reino Unido no bloco, parafraseou o músico britânico John Lennon. Brincando com a letra da célebre canção "Imagine", Tusk respondeu: "A União Europeia foi construída como um sonho que parecia impossível de realizar. Agora, quem sabe? Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas não sou o único".

Algumas horas mais tarde, diante da mesma pergunta, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também utilizou o mesmo recurso e, citando Beatles, respondeu: "Let it be", ou seja, deixe estar, em português. "Que assim seja", conclui o jornal Libération.

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