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Europa “não é supermercado”, adverte Macron antes de Cúpula Europeia

Os jornais desta quinta-feira (22) analisam a primeira participação do presidente francês Emmanuel Macron em uma cúpula de chefes de Estado da União Europeia, dominada pelo Brexit e terrorismo. Antes do encontro de dois dias, que começa hoje em Bruxelas, o presidente francês concedeu, pela primeira vez desde que chegou ao poder, em maio, uma entrevista a oito jornais europeus. O pró-europeu Macron criticou líderes que usam a Europa como um “supermercado”.

O presidente Emmanuel Macron concedeu entrevista a oito jornais europeus.
O presidente Emmanuel Macron concedeu entrevista a oito jornais europeus. Fotomontagem RFI/REUTERS/Gonzalo Fuentes/ reprodução
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Na longa entrevista, Macron dá sua visão sobre a União Europeia e expõe as grandes linhas de sua política internacional. O francês Le Figaro está entre os diários. O jornal conservador destaca em sua manchete de capa que, para o presidente francês, a chave para relançar o bloco e defendê-lo do populismo é “uma Europa que protege”.

Na entrevista, concedida na última terça-feira (20), nos jardins do Palácio do Eliseu, Macron explica que é necessário uma verdadeira política de defesa e de segurança comum. O bloco precisa ser mais eficaz face às grandes migrações, reformando profundamente o sistema de proteção das fronteiras, a política migratória e o direito de asilo. O sistema atual impõe a poucos países a responsabilidade de receber os refugiados e não conseguirá sobreviver às próximas ondas migratórias.

Orçamento único na zona do euro

Macron ainda defende uma maior cooperação para proteger o continente da ameaça terrorista. Para isso, é necessário restaurar a coerência da Europa e ter uma integração mais forte da Zona do Euro. Macron defende com vigor um orçamento comum dos países que tem a moeda única europeia e uma governança democrática do bloco.

Para o sucesso dessas reformas, a aliança entre a França e a Alemanha é fundamental. O presidente francês quer a volta do espírito de cooperação que existia entre os dois países, na época de François Mitterrand e Helmut kohl. Macron acredita que a chanceler alemã Angela Merkel esteja aberta a suas propostas.

Na entrevista, o chefe de Estado francês adverte ainda que a Europa não é um supermercado, um recado claro a certos líderes do leste europeu que traem o bloco “com uma visão cínica” e que “utilizam as verbas europeias sem respeitar os valores comuns”.

Mudança de posição sobre a Síria

Macron também analisou as crises globais, segundo ele, resultado em parte das desigualdades profundas criadas pela ordem mundial e pelo terrorismo islâmico. A esses desequilíbrios se somam as mudanças climáticas. “Ganharemos essa batalha! A Europa, único lugar no mundo onde as liberdades individuais, o espírito democrático e a justiça social caminham juntos”, será o guia dessa luta, enfatizou o presidente francês.

Macron disse ainda que, para a França, a saída de Bashar Al-Assad do poder não é mais uma prioridade para solucionar a crise na Síria.

Capital de simpatia

Para Les Echos, Macron chega a Bruxelas com um capital de simpatia e projetos que incomodam. O diário econômico diz que o presidente francês encarna a volta da confiança no futuro da União Europeia, mas ao mesmo tempo propõe ideias que podem criar conflito. Les Echos aponta a retórica de uma Europa protetora que não tem a adesão de todos os 27 integrantes do bloco.

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