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França

Legislativas francesas: Macron caminha para maioria esmagadora

Após os resultados parciais do primeiro turno das eleições legislativas na França, neste domingo (11), as projeções mostram que o movimento político do presidente Emmanuel Macron, A República em Marcha, deve obter uma maioria esmagadora no segundo turno, no próximo domingo (18). Votação foi marcada por um recorde histórico de abstenção. 

Presidente Emmanuel Macron durante o 1° turno das legislativas, em 11 de junho de 2017
Presidente Emmanuel Macron durante o 1° turno das legislativas, em 11 de junho de 2017 REUTERS/Philippe Wojazer
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Os resultados parciais indicam que o movimento de Emmanuel Macron, ao lado do seu partido aliado Modem, obteve 32,6% de votos no primeiro turno deste domingo (11). Os institutos de pesquisa apontam que, no segundo turno, a tendência é o governo conquistar entre 390 e 445 das 577 cadeiras da Assembleia Nacional, bem mais do que os 289 assentos necessários para uma maioria absoluta.

Mesmo otimista, o porta-voz do governo, Christophe Castaner, declarou que "o jogo ainda não terminou, precisamos continuar mobilizados". Esta vitória é crucial para o presidente, que depende de uma maioria para poder implementar livremente seu programa e suas reformas.

O primeiro-ministro Edouard Philippe, de direita, declarou, após o resultado: "A França está de volta desde a chegada de Emmanuel Macron à presidência e a nomeação de um governo reunindo sensibilidades e experiências diferentes. Há um mês, o presidente soube representar, na França e na cena internacional, a confiança, a determinação e a audácia". Philippe também observou que, pela terceira vez, "os franceses confirmaram seu apego ao projeto de renovação, reunião e conquista de Macron".

Enfrequecidos, outros partidos pedem mobilização no segundo turno

Nesta nova redistribuição das peças do tabuleiro político francês, a direita, a Frente Nacional e o Partido Socialista sofreram um revés.

Com 20,9% de votos, Os Republicanos, de direita, não conseguiram o seu objetivo: impedir que Macron conquistasse a maioria parlamentar. As projeções indicam que poderão eleger entre 80 e 132 deputados, não ficando descartada a hipótese de que uma parte deles acabe apoiando a maioria presidencial. "Um resultado decepcionante para a nossa família política", admitiu Bernard Accoyer, ex-presidente da Assembleia.

Com 13,1%, a  Frente Nacional, da extrema-direita, pode ter de uma a quatro cadeiras. Um mês depois de sua derrota na batalha presidencial, Marine Le Pen é candidata a deputada em Pas-de-Calais, no norte do país. Ela  fez um apelo aos "eleitores patriotas" para que se mobilizem fortemente no segundo turno, a fim de enviar à Assembleia deputados prontos para se opor à "política globalizada de Emmanuel Macron". O vice-presidente do partido, Florian Philippot, reconheceu que "foi uma decepção"o resultado, pois se afastaram do grande objetivo de ter 15 deputados para formar um grupo parlamentar.

Um fracasso. É assim que se pode definir a situação do Partido Socialista, que estava no poder desde 2012 e literalmente se desmantelou na recente eleição presidencial. Com 9% de vozes, os socialistas, que chegaram a controlar metade da Assembleia Nacional, devem se contentar em eleger entre 15 e 40 nomes.

Já a extrema-esquerda de Jean-Luc Mélenchon, com seu partido A França Insubmissa, registrou 11% de votos, o que pode representar de 10 a 23 cadeiras, com o Partido Comunista Francês incluído; um resultado considerado satisfatório pelo partido. Candidato a deputado em Marselha, Mélenchon criticou o governo e pediu que "o eleitorado jovem e popular se mobilize no segundo turno, para se contrapor à 'maioria de circunstância' favorável ao poder. Esses resultados mostram um avanço incontestável do movimento do chefe de Estado, mas também escondem uma situação política totalmente instável e enganadora", criticou.

O segundo turno das eleições legislativas será no domingo, 18 de junho.

Abstenção histórica

Pela primeira vez na história da Vª República francesa, que teve início em 1948, o índice de abstenção bateu o recorde de 50% no primeiro turno. Este índice pulveriza os recordes anteriores, que no primeiro turno das legislativas de 2012 foi de 42,8% e, no segundo turno, de 44,6%.

Depois do segundo turno, no domingo que vem (18), a Assembleia Nacional terá cara nova. Com a entrada em vigor da lei contra o acúmulo de mandatos, 40% dos deputados atuais não poderão se apresentar novamente. A seção inaugural da nova Assembleia está marcada para 27 de junho.

 

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