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Planeta Verde

Primeiro partido de defesa dos animais estreia em eleições legislativas na França

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As eleições legislativas francesas de 2017, cujo primeiro turno será realizado no próximo domingo (11), contarão com o primeiro partido de defesa dos direitos dos animais, o Partido Animalista. Fundada no ano passado, a legenda tem o objetivo de incluir projetos mais efetivos de defesa dos animais e de seus habitats nas políticas públicas e engajar a população.

Partido Animalista da França defende a criação de Ministério da Proteção Animal.
Partido Animalista da França defende a criação de Ministério da Proteção Animal. @parti.animaliste
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No total, o Partido Animalista apresenta 147 candidatos às eleições legislativas e já conta com 1.400 integrantes. No programa da legenda, as propostas são consistentes. A abolição de touradas, a proibição de castrações sem anestesia e a trituração de animais vivos em granjas, fazem parte dos planos do novo movimento, destaca uma de suas fundadoras e presidentes, Nathalie Dehan.

"Para colocar essas medidas em prática, pretendemos criar um Ministério da Proteção Animal, que seja autônomo e independente do Ministério da agricultura, e que seja uma ferramenta para aplicar nosso programa", explica.

Uma das fundadoras e presidentes do Partido Animalista da França, Nathalie Dehan.
Uma das fundadoras e presidentes do Partido Animalista da França, Nathalie Dehan. Parti Animaliste

Longo trabalho de conscientização

As lideranças do partido sabem que o trabalho de conscientização será longo, o que implica também na educação da população. Por isso, o ensino do respeito aos animais na escola é outra proposta dos animalistas.

O maior desafio da legenda, no entanto, está relacionado às tradições gastronômicas da França, que ainda incluem produtos contestados por Ongs de defesa dos animais, como o foie gras. Além disso, a legenda tem o objetivo de diminuir em 25% o consumo de carne, ovos e leite até 2025.

Dehan é otimista: para ela, os franceses estão cada vez mais sensíveis à causa animal. "Nosso único problema que é o partido ainda é muito jovens e não somos suficientemente conhecidos. Quando falamos do Partido Animalista para as pessoas, há uma certa surpresa, porque os eleitores não sabem da nossa existência, mas recepção delas é extremamente positiva."

Politização da causa

Se as mentalidades evoluíram, as políticas públicas em prol dos direitos dos animais estão estagnadas, avalia a militante. "Por isso, a ideia de politizar a questão animal se impõe. Porque se nossos políticos hoje são indiferentes, é através de decisões políticas que podemos avançar, criando e adotando leis para a proteção dos animais."

O novo partido é apoiado por Ongs de defesa de direitos dos animais da França, como a L214, principal organização que combate os maus tratos em abatedouros franceses. Para uma das fundadoras e porta-vozes da L214, Brigitte Gothière, a criação do Partido Animalista pode estimular outras legendas a se engajarem à causa.

"Por um lado, esse partido mostra que a questão animal é muito importante e precisa ser defendida. E, por outro lado, dá um sinal forte às outras estruturas políticas, mostrando que os animais têm relevância e, que se não agirem, podem perder um certo número de eleitores que vão optar por um partido que dê prioridade à causa", avalia.

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