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França/ataque

França: agressor da Notre Dame jurou fidelidade ao grupo EI, que reivindica ataque

A polícia francesa encontrou na manhã desta quarta-feira (7) um vídeo no apartamento do homem que atacou um policial nesta terça-feira (6) no pátio da igreja Notre-Dame, em Paris. Nas imagens, ele jura fidelidade ao grupo Estado Islâmico, que reivindicou o ataque.

Policial patrulha a catedral de Notre Dame, em Paris.
Policial patrulha a catedral de Notre Dame, em Paris. REUTERS/Philippe Wojazer
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O agressor, um argelino de 40 anos, identificado como Farid Ikken, alugava um apartamento em Cergy, na região de Val d’Oise, perto da capital parisiense. No momento do ataque, ele gritou “Pela Síria” e se autodenominou um “soldado do califado”, termo usado para designar o califado autoproclamado em junho de 2014 pela organização Estado Islâmico. O homem foi detido para interrogatório no hospital Dieu, em Paris, onde foi internado depois de ser ferido com uma bala no tórax no momento do ataque.

A agressão aconteceu por volta das 16h20, no pátio da igreja Notre Dame, que estava lotada de turistas. Usando um martelo, Farid atacou um policial, que ficou levemente ferido, pelas costas, mas foi rapidamente neutralizado. A estação de metrô e trem situada perto da catedral foi evacuada e a porta da igreja, com seus visitantes, foi trancada por segurança. O ministro do Interior, Gérard Colomb, elogiou a ação rápida e o "sangue-frio" da polícia presente no local.

Aluno exemplar

Farid é doutorando em Ciências da Informação e Comunicação desde 2014 no Centro de Pesquisas sobre Mediações, da Universidade de Lorraine, em Metz, no nordeste da França. De acordo com Arnaud Mercier, diretor de tese de Farid, ele era “calmo, fácil de lidar e não bebia”. Segundo ele, aparentemente o agressor também não respeitava o jejum praticado pelos muçulmanos no Ramadã. “Nosso último contato aconteceu em junho de 2016. Eu enviei um e-mail perguntando sobre a tese e ele não respondeu, o que não correspondia muito ao seu perfil”, disse.

Segundo o porta-voz do governo francês, Christophe Castaner, Farid não dava sinais de radicalização islâmica e o ataque trata-se de um "ato isolado".Titular de uma licença de jornalismo obtida em Estocolmo, na Suécia, em 2008, ele trabalhou na rádio pública sueca e fazia frilas de tradução em árabe. Ele também escrevia para o El Watan, um jornal argelino. O tema de sua tese era a maneira como a mídia argelina cobria as eleições de outros países.

Alvo privilegiado

Esta não é primeira vez que a igreja de Notre Dame é alvo de uma tentativa de atentado. Em 2016, um carro com cinco bujões de gás e três garrafas de combustível foi encontrado perto do local, com um projeto de atentado. A descoberta levou a polícia a desmantelar uma célula de mulheres jihadistas e culminou na prisão de três delas, que viviam em Essone, na periferia de Paris.

 

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