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Macron e Putin “compartilham desacordos” em Versalhes, diz Aujourd’hui en France

O encontro entre os presidentes francês, Emmanuel Macron, e russo, Vladimir Putin, é destaque na imprensa francesa desta terça-feira (30). Macron recebeu Putin na segunda-feira (29) no Palácio de Versalhes. A comemoração dos 300 anos das relações franco-russas, iniciadas com a vista do czar Pedro I, o Grande, foi o pretexto da visita. Apesar dos pontos de discórdia entre os dois, a iniciativa e a postura do presidente Emmanuel Macron nesse primeiro encontro com Putin foram vistas como positivas.

Encontro entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, em 29 de maio de 2017
Encontro entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, em 29 de maio de 2017 REUTERS/Etienne Laurent/Poo
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“As pazes franco-russas” em Versalhes, escreve em sua manchete o Libération. O jornal progressista avalia que o primeiro encontro, simbólico, entre os dois presidentes foi franco e cordial. Nenhum tema sensível foi evitado, embora Putin não tenha cedido em suas posições.

Para o Les Echos, o presidente francês aposta na confiança e no diálogo com o líder russo. A jogada de Macron, segundo o jornal econômico, é recomeçar do zero para ter uma chance de cooperar produtivamente com a Rússia.

As discussões entre os dois presidentes no elegante castelo foram duras, mas eles parecem ter encontrado um desejo comum de dialogar e buscar soluções para os conflitos sírio e ucraniano. Nesse setor, a cooperação será reforçada, mas a campanha de propaganda feita pela mídia russa durante a eleição presidencial francesa, assim como as violações dos direitos de minorias e homossexuais, foram denunciadas por Paris, escreve Les Echos.

Gelo entre os dois líderes foi quebrado

Aujourd'hui en France diz que o gelo entre os dois líderes foi quebrado em Versalhes. O presidente francês recebeu o russo com pompa, iniciando uma reaproximação entre os dois países e reforçando o desejo de diálogo e de uma ação comum. No entanto, os temas que incomodam não foram deixados de lado. Macron e Putin “compartilharam seus desacordos”, em Versalhes. O diário traz uma lista desses temas que acirraram as discussões entre os dois: Síria, Ucrânia e a repressão aos homossexuais na Chechênia.

Acordo sobre o terrorismo

Le Figaro destaca que Macron e Putin chegaram a um acordo na luta contra o terrorismo, mas o chefe de Estado francês se mostrou firme na defesa de seus princípios. O embaixador da Rússia na França, Alexandre Orlov, entrevistado pelo jornal, afirma ser necessário superar a desconfiança recíproca que se instalou nos últimos anos entre os dois países. “Temos que aprender a voltar trabalhar juntos, em vez de defender posições intransigentes, diz o diplomata.

Le Figaro faz um histórico dessas “relações flutuantes” entre a França e a Rússia. Desde Jacques Chirac, que governou a França até 2007, Putin conviveu com todos os presidentes franceses. Com Chirac, ele teve uma “relação cordial”, com Sarkozy, um “diálogo viril”, e com Hollande uma queda de braço, após a ocupação da Crimeia e o conflito no leste ucraniano que levou Paris a cancelar a venda do porta-helicópteros Mistral à Rússia. A tensão bilateral aumentou ainda mais com a participação de Moscou na guerra da Síria, defendendo o aliado Bashar Al-Assad.

A relação entre Macron e Putin é marcada por esse passivo complicado. Ela começa em Versalhes num ambiente de competição vigorosa entre potências. “Uma situação que convém ao chefe do Kremlin que sempre soube se adaptar a todos os tipos de relação com Paris para preservar os interesses de seu país”, analisa Le Figaro.

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