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França

Presidente francês lança reforma trabalhista de alto risco

A imprensa francesa destaca nesta terça-feira (23) o primeiro teste de força do presidente Emmanuel Macron. O chefe de Estado centrista recebe líderes das centrais sindicais de trabalhadores e de entidades patronais no Palácio do Eliseu para dar o pontapé nas negociações sobre a nova reforma trabalhista que ele quer implementar o mais rápido possível.

A maioria da imprensa francesa destaca o início das negociações na França de uma nova reforma trabalhista.
A maioria da imprensa francesa destaca o início das negociações na França de uma nova reforma trabalhista.
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O jornal Aujourd'hui en France explica que Macron preparou detalhadamente sua estratégia porque não tem o direito de fracassar. O centrista considera a reforma trabalhista a mais importante de seu mandato. Ele vai receber cada um dos representantes individualmente, para criar uma atmosfera de confiança e ouvir as expectativas de cada uma das partes. A partir de quarta-feira (24), será a vez do primeiro-ministro Édouard Philippe e da ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud, darem continuidade às negociações.

As principais medidas que Macron quer adotar nesta reforma são a negociação de acordos por empresa, principalmente nas pequenas e médias, com empresários e empregados definindo os ritmos de trabalho e um limite para os valores de indenização em caso de demissão sem justa causa. O governo está convencido que uma das razões do desemprego na França é o alto custo das demissões. Muitos empresários concordam com esta tese, mas os sindicatos de trabalhadores não estão de acordo. Para evitar ações trabalhistas, as empresas adiam ao máximo as contratações, em um círculo vicioso nocivo para um crescimento sustentável.

O jornal de esquerda Libération nota que Macron inicia as negociações no momento em que vários grupos empresariais enfrentam forte tensão social com seus empregados. Há várias empresas com um elevado número de trabalhadores (de 200 a 1.700 empregados) ameaçadas de liquidação judicial, atoladas em dívidas ou decididas a reorganizar suas atividades no solo francês. 

Flexibilização de contratos e demissões

Macron quer flexibilizar as condições de contratação, mas enfrenta a hostilidade dos sindicatos devido às marcas deixadas pela reforma trabalhista do ano passado, a chamada Lei El Khomri. O texto foi aprovado à força no Parlamento, por uma medida provisória, decisão que custou caro politicamente ao ex-primeiro-ministro Manuel Valls.

O jornal conservador Le Figaro estima que Macron tem toda razão de acelerar as negociações. O jornal considera a reforma trabalhista "vital para o país" superar o desemprego crônico e voltar a crescer.

Depois de vários anos de morosidade econômica, as chances de retomada do crescimento são reais. O jornal Les Echos informa, em sua manchete, que os investimentos estrangeiros aumentaram 30% na França no ano passado. As medidas de competitividade adotadas sob a presidência socialista de François Hollande começaram, enfim, a dar resultados concretos.

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