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Legislativas parecem “terceiro turno” de eleição presidencial na França, diz jornal

Segundo o Le Parisien, mais de 210 deputados que deixam seus cargos em 2017 não serão candidatos à reeleição, o que deixaria entrever uma “profunda renovação” da composição política da Assembleia Legislativa na França.

O presidente francês Emmanuel Macron deverá obter a maioria para governar, dentro do contexto das eleições legislativas na França.
O presidente francês Emmanuel Macron deverá obter a maioria para governar, dentro do contexto das eleições legislativas na França. REUTERS/Gonzalo Fuentes
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“Entre um presidente [Emmanuel Macron] que precisa de obter maioria para governar, dos extremos que desejam seu lugar ao sol e dos partidos tradicionais que tentam sobreviver, os riscos são enormes”, escreve o jornal francês Le Parisien nesta segunda-feira (22). “Depois do advento do quinquênio [presidencial], diz-se que as eleições legislativas são o terceiro turno das presidenciais.

Nunca esta proposição poderia ser tão exata como agora”, afirma o jornal, dizendo ainda que o pleito que acontece entre os dias 11 e 18 de junho levanta questões cruciais – “senão vitais” – para todas as forças políticas na França. A questão central seria, segundo o jornal, se a renovação e a recomposição políticas sonhadas por Emmanuel Macron, já “em marcha” [num trocadilho com o nome do movimento criado por ele – “Em Marcha!”], se elas continuarão a prosperar.

Ganhar aposta das legislativas é fundamental para Macron

“Para o jovem presidente, ganhar esta aposta é fundamental”, escreve Le Parisien. “Depois de ter quebrado a esquerda – e quase enterrado o Partido Socialista (PS) – ele minou seriamente a direita. Mas se ele quiser obter uma maioria presidencial na noite do dia 18 de junho, para levar adiante reformas tão delicadas como a do Código do Trabalho, ele vai ter que terminar a sua obra”, analisa o jornal.

Seja conseguindo a maioria absoluta [na Assembleia], ou seja, 289 deputados num total de 577 para o seu movimento “Em Marcha!”, rebatizado como “A República em Marcha” (LREM), ou seja garantindo o apoio da direita e do centro no caso de uma maioria relativa, Le Parisien considera que os esforços de Macron começaram com o pé direito, uma vez que “cada vez mais representantes do partido de direita “Os Republicanos” se mostram tentados a se unirem a ele, confortáveis pela nomeação do primeiro-ministro Edouard Phillippe”.

Mélenchon e Marine Le Pen podem ganhar espaço na Assembleia

Para o Le Parisien, restam dois obstáculos ao novo chefe de Estado francês. “Seu partido, criado há menos de um ano, apresenta um batalhão de noviços desconhecidos dos eleitores, sendo que vários dentre eles alternam entre vida profissional e campanha eleitoral”, antecipa.

“Nada tão grave assim para o cientista político Jean-Daniel Lévy, que sublinha a dinâmica poderosa do LREM nas pesquisas”, afirma o jornal, citando Lévy: “Esta eleição foi posicionada sob o signo da honestidade, é esta qualidade que deverá sobressair em todos os candidatos. Quanto à renovação do pessoal, ela se impõe também nos partidos clássicos, pela proibição do acúmulo de mandatos”, analisa.

O segundo “cacto espinhoso” seria, segundo Le Parisien, o risco de Macron possuir seis ministros candidatos nas eleições legislativas. Segundo a regra ditada pelo novo presidente francês, no caso de derrota, eles deverão também se demitir do cargo de ministro.

“Enquanto isso”, finaliza o jornal, “Marine Le Pen e a Frente Nacional de um lado, e Jean-Luc Mélenchon e sua França Insubmissa do outro, estão preparados para dar o bote. Ambos se beneficiam também de uma boa dinâmica e devem conquistar no mínimo de pelo menos 15 deputados cada um. E o Partido Socialista? Bom, ele disputa sua sobrevivência nestas eleições legislativas e, para renascer, ele deverá definir uma linha e finalmente decidir-se por uma esquerda governamental ou de palanque”.
 

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