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França/governo

Nicolas Hulot, o militante ecologista que virou ministro de Macron

Ele é o membro mais popular do recém-nomeado governo do presidente francês Emmanuel Macron e a grande esperança da ala ecologista na França, que vem perdendo representatividade no país, principalmente depois da ruptura com o ex-chefe de Estado François Hollande. Conheça Nicolas Hulot, 62 anos, o militante que virou ministro da Ecologia.

O ministro da Transição Ecológica e Solidária, Nicolas Hulot.
O ministro da Transição Ecológica e Solidária, Nicolas Hulot. RFI / Pierre René-Worms
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Nicolas Hulot é a grande surpresa do governo Macron. Nomeado ministro da Transição Ecológica e Solidária, ele é uma das personalidades mais conhecidas do Brasil que atua em defesa do meio ambiente. Em 2016 ele foi convidado a participar do governo do ex-presidente François Hollande, mas recusou a proposta, apesar de ter atuado como “enviado especial” do governo nas negociações da COP21, a conferência sobre o clima de Paris, em 2015. Antes, já havia dito “não” ao ex-presidente de direita, Nicolas Sarkozy, e seu antecessor, Jacques Chirac.

Em 2011, Hulot também foi o favorito nas eleições primárias do partido Ecologista, que designaria o candidato à eleição presidencial, mas perdeu a batalha para a atual deputada europeia Eva Joly. Desiludido, votou no candidato da extrema-esquerda Jean Luc Mélénchon, em 2012, opção que ele não esconde.

Hulot apresenta há 22 anos o programa Ushuaia Nature, dedicada à descoberta de paisagens naturais no mundo e de seus habitantes. A atração é transmitida às quartas-feiras no TF1, o canal de TV de maior audiência do país, o que faz dele sem dúvida uma das figuras mais populares do mundo da Ecologia. Para o deputado europeu Daniel Cohn-Bendit, sua escolha foi um “golpe de mestre do governo Macron”.

O ecologista não é um pró-Macron. Na campanha, ele mesmo assumiu que o voto para o atual presidente não representava um voto de adesão, mas apenas “racional” para evitar o pior, no caso uma vitória da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen. Durante a campanha ele não apoiou nenhum candidato.

Ações de empresa francesa caem na bolsa

Sua nomeação já afeta também a Economia: Hulot defende uma diminuição progressiva da utilização da energia nuclear, mesmo estando disposto a “dialogar” com o mundo econômico. A repercussão nas ações do grupo francês EDF, um dos principais produtores mundiais desse tipo de energia, foi imediata, registrando uma queda na Bolsa de Valores nesta quarta-feira (17), depois do anúncio da entrada do ecologista no governo.

Nesta quinta-feira (18), durante uma assembleia-geral de acionistas, o CEO da EDF, Jean-Bernard Lévy, lembrou que o nuclear é uma fonte de produção de eletricidade “indispensável” para a independência energética da França, sob as vaias de militantes do Greenpeace, que foram evacuados da sala.

Em Bonn, onde acontecem as negociações climáticas nesse momento, a chegada de Hulot ao governo foi celebrada “como um respiro” para os defensores das causas ambientais.

Nascido em Lille, no norte da França, Nicolas Hulot cresceu em Paris e vive atualmente na Bretanha, no oeste do país, com sua mulher e dois filhos.
 

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