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França/Política

Imprensa francesa diz que equipe de Macron favorece a direita e os liberais

Entre críticas e elogios, a imprensa francesa desta quinta-feira (18) repercute a formação da eclética e inédita equipe de governo articulada minuciosamente pelo presidente Emmanuel Macron e pelo primeiro-ministro Édouard Philippe.

Imprensa francesa repercute de maneira favorável composição do governo do presidente Emmanuel Macron.
Imprensa francesa repercute de maneira favorável composição do governo do presidente Emmanuel Macron. REUTERS/Christophe Petit Tesson/Pool
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Os jornais examinam um a um os escolhidos para ocupar 22 ministérios, divididos entre 11 homens e 11 mulheres e que acomodam políticos de diferentes horizontes partidos - da esquerda (Partido Socialista), centro (Modem) e direita (Os Republicanos), - além de representantes da sociedade civil. Uma promessa de campanha do então candidato Emmanuel Macron.

Para Le Figaro, o governo Macron é de centro-direita e composto por políticos “moderados”. Em tom elogioso, o editorial do jornal conservador afirma que o novo chefe de Estado escolheu de maneira clara a orientação de seu governo e, pelas reações furiosas dos socialistas e da esquerda radical, a conclusão é de que Macron começa seu mandato na boa direção.

A escolha de políticos de direita para comandar a economia do país e de membros da sociedade civil com experiência empresarial em outros cargos do primeiro escalão é uma boa notícia para os franceses, estima o diário. A dúvida, no entanto, é se esse governo de “moderados” irá resolver os graves problemas da França, como desemprego, imigração e terrorismo, questiona Le Figaro.

Macron, o equilibrista

Em tom crítico, Libération diz que a composição do governo Macron foi um "jogo de equilibrista" que contemplou principalmente o centro, a direita e os liberais. "A direita ficou com os negócios e a esquerda com a vitrine”, diz o título da reportagem.

Apesar da escolha de dois socialistas, Jean-Yves le Drian e Gérard Collomb, para comandar dois ministérios de peso, o das Relações Exteriores e do Interior, a política econômica e social terá a marca de um liberalismo ao mesmo tempo moderado e firme, constata o jornal em seu editorial.

Segundo Libération, esse governo abre a nova era adotada por Macron: “Mais uma redistribuição de cartas ao universo político do que a abertura à sociedade civil”. A mobilidade política, abertura ao mundo e à Europa são os maiores trunfos, e o governo tem tudo para agradar. Mas não podemos falar que se trata de um governo popular, alerta.

“Renovação e eficiência”

Para Les Echos, a escolha do governo provocou uma reviravolta nas disputas políticas do país. A nova equipe ministerial é mais compacta e promoveu uma grande abertura à sociedade civil, afirma o diário econômico, em referência à nomeação do ecologista Nicolas Hulot para o ministério da Transição Ecológica e Solidária, e de Muriel Pénicaud, com larga experiência em grandes empresas francesas, para a Ministério do Trabalho.

Confiar a reforma trabalhista para uma profissional respeitada como Pénicaud é promissor, afirma o jornal. Foi uma "dose sutil", resume Les Echos, ao comentar que o novo gabinete respeita o equilíbrio político desejado pelo novo presidente francês. Em seu editorial, o jornal diz que a marca desse gabinete cumpre a promessa de Macron: renovação e eficiência.

Transição ou ruptura?

Ao analisar os 22 nomes que compõem o novo governo, Le Parisien constata que a aposta de Macron é ousada. Onze membros dessa equipe não têm experiência política e nem enfrentaram negociações espinhosas com centrais sindicais. A um mês das eleições legislativas, o papel deles, por enquanto, será de levar adiante as ações em curso do governo e esperar que a votação de junho garanta uma maioria na Assembleia Nacional.

O resultado da votação em 18 de junho é que vai definir se essa nova equipe fica ou terá que renunciar. Por isso, Le Parisien  questiona se o anúncio dessa equipe será mesmo de uma ruptura ou apenas de transição.

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