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França/Governo

Emmanuel Macron nomeia primeiro-ministro da direita moderada

O presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou nesta segunda-feira (15) Édouard Philippe para o cargo de primeiro-ministro. Philippe, 46 anos, é deputado pelo partido de direita Os Republicanos e prefeito da cidade de Le Havre, na região noroeste do país. A escolha foi anunciada pelo secretário-geral do Palácio do Eliseu, Alexis Kohler.

O presidente Emmanuel Macron com o prefeito do Havre, Eduardo Philippe, durante uma cerimônia no porto de Saint Nazaire, em fevereiro do ano passado
O presidente Emmanuel Macron com o prefeito do Havre, Eduardo Philippe, durante uma cerimônia no porto de Saint Nazaire, em fevereiro do ano passado LOIC VENANCE / AFP
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Em seu primeiro discurso, em Matignon, sede do governo, o novo primeiro-ministro enfatizou que ele é "um homem de direita". Ele ganhou a reputação de líder moderno e brilhante como prefeito de Le Havre, mas é pouco conhecido pelo resto dos franceses.

Philippe fez os mesmos estudos que Macron. Com um perfil típico da mais tradicional elite política francesa, o novo primeiro-ministro é formado em gestão de Serviços Públicos pela Universidade Sciences Po de Paris e diplomado pela Escola Nacional de Administração (ENA), sediada em Estrasburgo (leste). Como Macron, Philippe teve experiências profissionais no setor privado, notadamente num escritório de advocacia americano e no grupo nuclear Areva.

Próximo do ex-primeiro-ministro Alain Juppé, derrotado por François Fillon nas primárias do partido conservador à eleição presidencial, Philippe é a aposta de Macron para dividir a direita e dificultar a eleição de uma grande bancada do partido Os Republicanos nas eleições legislativas de junho. Se a estratégia der certo, outros políticos conservadores poderiam migrar para o partido de Macron   A República em Marcha!  , aumentando as chances de o presidente centrista conquistar a desejada maioria na Assembleia Nacional, ter o caminho facilitado para realizar reformas e evitar, assim, um complicado governo de coabitação com a direita.

Macron faz nesta segunda-feira (15) sua primeira viagem ao exterior. Ele vai a Berlim para um encontro com a chanceler Angela Merkel.

Bom trânsito nas bancadas de direita e esquerda

Ex-colegas de faculdade do novo primeiro-ministro francês o definem como um verdadeiro centrista. Ele iniciou a militância política no Partido Socialista, mais tarde migrou para o campo conservador e teria conservado um bom trânsito entre políticos de esquerda e de direita. Philippe esteve entre os dez deputados de direita que se abstiveram na votação para a legalização do casamento entre homossexuais, em 2013.

Em 2016, o então deputado foi porta-voz de Alain Juppé durante as primárias da direita. Após a derrota de Juppé, passou a apoiar Fillon até a explosão do escândalo de nepotismo envolvendo a mulher do candidato, Penelope Fillon. A partir desse momento, ele se afastou da campanha. Durante todo o período pré-eleitoral, Philippe assinou uma crônica sobre os bastidores da campanha no jornal de esquerda Libération. Ele é autor de dois romances policiais sobre os bastidores da política.

Declaração de bens

Segundo o site Mediapart, Philippe teria recebido uma advertência da Alta Autoridade para a Transparência da Vida Pública (HATVP), criada por François Hollande em 2013, por ter se recusado a fornecer algumas informações sobre sua declaração de patrimônio de 2014. Como deputado, ele teria se recusado a avaliar o valor do imóvel onde reside no noroeste da França e também um apartamento de sua propriedade em Paris.

Assim como vários membros da equipe de Macron, o novo primeiro-ministro fala fluentemente alemão. Ele terminou o ensino médio no país vizinho, num período em que a família morou na Alemanha. Amigos de Philippe dizem que ele é fã do filme "O Poderoso Chefão", de Francis Ford Coppola (1972), tem pavor de dentistas e gostaria de ter sido maestro.
 

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